AVISO IMPORTANTE:

* Nossa casa fica em Porto Alegre (RS), Av. 21 de Abril, 1385, Vila Elizabeth, Bairro Sarandi. * Dia 4/3/23 não haverá Gira (trabalho externo) * Dia 11/3/23 voltamos ao horário normal das Giras de Pretos Velhos, aos sábados, 15h

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Homenagem a Cosme e Damião

Dia 27 de Setembro é dia de Cosme e Damião e, para homenagear esta linda falange da Umbanda, vamos fazer uma festa no sábado, dia 28, com início às 15h.

Neste dia, não haverá atendimento com os Pretos Velhos, somente o passe de corrente, com as crianças, distribuição de doces e o tradicional bolo com guaraná.

Doação de doces e guaraná são bem-vindas.

A linha das Crianças, na Umbanda, ao mesmo tempo que causa surpresa a quem vê pela primeira vez, adultos chupando bico, tomando mamadeira e comportando-se como se crianças realmente fossem, transforma a todos, como num passe de mágica, em crianças também.

Participando das brincadeiras inocentes, ouvindo sábios conselhos, rindo com eles e deixando fora do terreiro todas as preocupações do dia a dia. 

Surpreendente perceber como as crianças que vem ao terreiro interagem com os Cosmes, ignorando completamente que são adultos que ali estão. São poucos os que se surpreendem.

Estes dias o afilhadinho de uma médium da Casa chegou na Gira de Pretos Velhos perguntando 'onde está aquela que é pequena por dentro e grande por fora' rsrsrsrsrs Bela definição de uma médium incorporada com a sua Criança.

Depois, ao perceber um pacote de marschmallow num canto, saiu com essa 'olha, uma pista' (referência à Mariazinha que trabalha comigo, que adora este doce).

Em nossa Casa, não temos um dia dedicado ao trabalho dos Cosmes. Eles chegam sempre que necessário, em qualquer dia de trabalho e principalmente quando tem muitas crianças presentes, cujas mães estão envolvidas com os passes e consultas e é preciso que alguém tome conta de seus filhos pequenos. Aqui, são os Cosmes que tomam conta das crianças, brincando, ensinando e fazendo o seu trabalho de forma alegre e divertida e arrancando muitos sorrisos dos adultos presentes. 

Impossível imaginar um Terreiro de Umbanda sem esta linha de trabalho.

Salve as Crianças!

Salve a Falange de Cosme e Damião!



segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Quando o coração fala [7]

O Luciano Prates chegou até nossa Casa conduzido por seus amigos espirituais, já que no Blog não divulgamos o endereço.
Uma tarde bateram palmas no portão, fui atender e lá estava ele, curioso, meio que assustado, não acreditando que era aqui mesmo rsrsrsrs
Isto porque também não temos nada que identifique ser aqui um Terreiro de Umbanda. Moramos na frente e as giras acontecem numa antiga garagem, nos fundos, que foi transformada na Casa Pai Joaquim de Cambinda.
Conversa vai, conversa vem, me contou que achou o endereço na Internet. 
Surpresa, perguntei como, já que não publico o endereço em lugar algum.
Pois ele achou no Google e me explicou como. 
Confesso que depois fiz várias pesquisas no Google, de tudo que é forma, e não consegui achar. 
Enfim, aqui chegou, em abril deste ano e aqui ficou.
Entrou para o grupo de estudos e tem frequentado a casa regularmente.
Estes dias recebi um e-mail dele, que se enquadra bem nesta série de textos "Quando o Coração Fala" e vou reproduzí-lo a seguir, pois tenho certeza que muitos irão se identificar com ele:


" Gostaria de contar alguns acontecimentos para vocês. Primeiro quero dizer que sinto muita necessidade de estar ai no terreiro, muita mesmo. Está cada vez mais dificil para mim ficar sentado na assistência. Fico sempre com um gostinho de quero mais, com um sentimento de que posso ajudar mais e mais.
Minha vida mudou muito desde que cheguei aí. A palavra 'eu' praticamente não existe mais, foi substituída por nós.Porque me sinto sempre acompanhado por meus protetores, pela corrente mediúnica, por Deus. Entendo agora que não  faço  nada sozinho, aliás nunca fiz, apenas não enxergava isso.
Quero falar sobre a semana do povo cigano que passou , precisamente no atendimento de quarta feira passada.
Para aqueles que acham que somente gira de Exu e Caboclo é forte, foi uma lição. Confesso que me surpreendi também com tudo que aconteceu. Sempre respeitei e admirei o Povo Cigano, mas jamais vou esquecer o que se passou.
Cheguei ao Terreiro cedo como sempre faço e fiquei sentado aguardando o começo da gira. Logo que começou,  senti a presença espiritual de um cigano, pois estava bem conectado com a vibração das músicas que estavam tocando. Percebi quando Pablo (Cigano dirigente dos trabalhos neste dia)  passou dividindo o pão e o vinho como é de costume mas eu não podia me mexer, estava em uma energia muito boa e não consegui responder a ele, que me chamou e permaneci ali imóvel. Nem imaginava o que viria pela frente. Apesar de toda energia boa que recebi, logo que voltei ao normal, comecei a travar uma luta muito grande. 
Pensamentos ruins tomavam conta de mim. Eu tinha pedido à Cândida uma consulta, achei que estava demorando e uma voz na minha cabeça me dizia que seria esquecido, que meu horário seria dado a outras pessoas, que eu não era importante, por que não saia correndo dali , por que não ia embora logo, enfim. Eu tinha comprado um vinho para presentear a Cigana e a mesma voz me sugeria que eu fosse embora e que “nós” poderíamos tomar aquele vinho juntos. Eu já não aguentava mais aquilo, estava totalmente alterado. Queriam que eu fizesse o que fiz boa parte da minha vida, simplesmente atirasse tudo para cima. Consegui levantar e fui até a Cândida e reclamei por ter a mesma esquecido de mim. Ela,  prontamente como sempre, mesmo com o adiantado da hora, me encaminhou à Cigana Esmeralda. Confesso que me deixei alterar e neste momento já tinha me perdido. Consegui chegar até a Cigana, ela me recebeu muito bem, mas eu  não soube lidar com a situação e frente à Cigana não pude receber toda a ajuda que me estava sendo oferecida, por minha própria culpa.Voltei à assistência e fiquei  ali sentado, já analisando tudo que tinha acontecido, como eu iria pedir desculpas à Cândida por ter sido mal educado, minha cabeça dava voltas e mais voltas, então novos fatos começaram a acontecer.

Uma médium deu passagem a um espírito, não sei como chamar, “egum” talvez, e toda a corrente começou a trabalhar forte. Alguns caíram no chão, não por serem fracos e sim por amor, por caridade, auxiliando os” irmãozinhos necessitados”. Foi então que meus protetores fizeram com que eu me aproximasse da corrente e doasse  energia. Mais uma vez começou um diálogo dentro de mim, eles me diziam “Tu não está nesta corrente, o que tu queres aqui?” Minha resposta foi ”não estou nesta corrente mas a corrente está em mim”.  Aí perguntaram para mim: "quem é teu chefe, quem é teu líder?”. 
Prontamente respondi: ”meu chefe é Deus, meu líder é Deus, se tivessem alguma coisa a reclamar que reclamassem a ele.” Neste momento consegui ficar em pé e realmente me concentrar. Logo a corrente inteira estava firme e forte e foi encerrado mais um trabalho vitorioso.
Como sempre acontece, não dormi aquela noite, pois fico muito ligado ao que acontece no terreiro nos dias que estou lá, analisando tudo, e muitas vezes me pegava negociando com aquele irmão que não aceitou ajuda. Minha cabeça dava voltas e mais voltas, sei que tenho que melhorar muito isso. O tempo passou e chegou a sexta-feira, dia de estudos e por “coincidência” era prática com o Povo Cigano. 
Mais uma vez iniciou a gira como de costume, e também como de costume fiquei ao lado do Pai José. Algumas sensações estranhas chegavam até mim, alguns arrepios, uma energia diferente. Foi então que Pai José me perguntou: "Sabe quem esta aí né?” Olhei para ele e fiz sinal com a cabeça que não, não sabia. Então Pai José perguntou: "Por onde tu andou quando estava dormindo?” Mais uma vez eu não tinha esta resposta e foi então que acabei me curvando na cadeira e não pude mais me mexer, 'ele' não me deixava nem abrir a boca Eu fazia esforço para falar, para me mexer, mas não conseguia. 
Vi quando a prática dos Ciganos começou, queria participar, mas não podia. Então comecei a dizer várias vezes :”eu tenho fé, eu tenho fé, eu tenho fé”. Lembrei daquela médium na quarta e também comecei a dizer: ”Meu Deus, se o Senhor quer assim, que assim seja.” Lembrei muito da Mãe Oxum, de todo o seu amor e foi então que percebi a Cândida tentando me ajudar. 
Não pude responder, ele me trancava e neste momento ela chamou a Cigana Constanza, que trabalha com a médium Ana Ramos e ela prontamente veio até mim e começou a me auxiliar.  Disse ela: "Eu sei que tu estás me ouvindo, mostra que tu és mais forte do que ele". Lentamente comecei a falar algumas palavras, consegui abrir os olhos e logo, com a ajuda da Cigana,  estava em pé. Ainda me sentia meio mole, quando finalmente “ele” chegou, furioso, com raiva, rosnando feito bicho, querendo botar medo. A Cigana olhou e disse: "Resolveu chegar, agora é o momento de você pedir ajuda”. Ele ignorou e disse que eu já estava atrapalhando muito e que tinha calado minha boca, tinha mostrado que era mais forte. A cigana respondeu que eu estava crescendo e que não tinha importância nenhuma ele ter me calado e voltou a repetir que era o momento dele pedir ajuda. Ao que ele retrucou: " eu não levo fé em ti !" 
Nossa, foi então que me surpreendi muito com a reação dela. A Cigana deu uma sacudida nele daquelas e enfiou uma faca nele. Senti uma dor muito forte, senti como  se fosse uma facada energética pois a energia dele sumiu, desapareceu. Ela quis levá-lo à força mas ele ainda assim resistiu e disse a ela: "Ainda estou aqui e não estou sozinho.” 
Ela nem deu bola e respondeu: "Eu sei que você ainda esta aí e eu  também não estou só, e você só está em pé porque o médium esta em pé, do contrário, já estaria no chão!".
Entendo que ele estava em pé porque eu estava, mas eu também só estava em pé porque a corrente estava me dando energia, cuidando de mim. Então nosso amigo finalmente caiu na realidade, se sentiu fraco, derrotado, sentiu vergonha por ter sido derrotado, e derrotado por uma mulher, uma Cigana. Ele havia falhado (na cabeça dele é claro).  Vencido, rogou por sua família, a Cigana pegou suas mãos e finalmente ele recebeu a ajuda que precisava. Mais alguns médiuns deram algumas passagens, mas mais uma vez a gira se encerrou com vitórias.
Fiz questão de falar para mostrar a força do Povo Cigano, o quanto esse povo luta e faz, a força de uma mulher que sorri, que é tão bela, que dança, mas que enfrenta uma situação como esta narrada, com FÉ, com AMOR, com DETERMINAÇÃO e com muita CORAGEM .
É o trabalho do mundo espiritual e toda sua proteção. 
Só o amor constrói. Só a união de todos nos dá a força para vencermos as batalhas.
Que Deus ilumine a todos nós! "

Luciano Prates, um aprendiz na Umbanda.


terça-feira, 10 de setembro de 2013

Milagre ou merecimento?

Por Cândida Camini

Esta semana recebemos um grupo de pessoas em nossa Casa, pedindo consulta com determinado médium, pois ouviram dizer que ele cura tudo.
Mesmo após as explicações de praxe, que ninguém aqui faz milagre, que cada caso é um caso, enfim, decidiram por aguardar o atendimento.
Este fato me trouxe até aqui, pois percebi a necessidade de esclarecer aos que ainda não compreendem muito bem como funciona um atendimento de saúde feito pelos espíritos.
Primeiramente é preciso esclarecer que quando a doença chega a se manifestar no corpo físico, é porque há a necessidade de purgar todo e qualquer energia não condizente com a condição saudável deste corpo.
Pode ser derivada de outras vidas, pode ter sido originada por excessos na vida atual, enfim, muitas são as causas e cada caso é único.
Ninguém gosta de ficar doente, mas quando isto acontece, é preciso ter a compreensão de que nada é por acaso, e que o estado doentio pode sim ser um benção, que nos é concedida pelo Pai Maior para que possamos curar nosso espírito, desde que tenhamos fé e resignação para aceitar a prova, tirando o maior proveito dela.
Compreender que somos os únicos responsáveis por isso, nos torna fortes para enfrentar a doença com mais coragem. 
Nossa responsabilidade reside nos erros que cometemos, nos sentimentos ruins que alimentamos, nos vícios que criamos, seja fumando, ou comendo demais, ou usando qualquer outro tipo de drogas.
Quando aceitamos a prova e temos fé, tudo pode acontecer. 
Mas quem decide mesmo pela cura, é Ele, Deus.
Quando nos considera merecedores, pelo esforço que fazemos para nos melhorar.
Quando precisamos de mais um tempo na face da Terra, para terminar uma tarefa importante já iniciada.
É nesta hora que estamos aptos a receber o auxílio espiritual.
E alguns médicos da Terra ainda não compreendem como determinadas curas acontecem, quando os prognósticos médicos são os mais negativos possíveis.

Associação Médico Espírita do Brasil
Mas muitos médicos já estão cientes de que não somos apenas matéria. 
Que é preciso tratar corpo, mente e espírito em conjunto.
E estes, quando percebem que a medicina da face da Terra nada mais pode, orientam seus pacientes a procurar auxílio na fé.
E já está mais do que provado, que a fé tudo pode, porque se o corpo não puder ser curado, com certeza o espírito o será. E a doença é um dos remédios que nosso Pai nos oferece, para nossos espíritos tão doentes.


domingo, 1 de setembro de 2013

Salve, Salve essa Nêga - Final - A trilha sonora

Desculpem a formatação do texto, juro que não fui eu rsrsrsrs Coisas do Blogger. Desisto e vou publicar assim mesmo. O que importa é o conteúdo!



“... Salve, salve essa nega
Que axé ela tem

Te carrego no colo e te dou minha mão
Minha vida depende só do teu encanto...”

O ambiente era tão calmo, tudo tão clarinho, tão limpinho. 
Será que estava sonhando? Por que “eles” me levaram ali? 
E aquela música? Justo aquela música?A música era “Dona Cila”, da Maria Gadu. 
Essa música tem um significado muito especial para a nossa família, em especial, para o meu marido. Quando a ouvi ficou difícil conter as lágrimas. Deixei que elas viessem, precisava chorar.Dali onde estava sentada enxergava o congá na parede, ao fundo, tinha umas nuvens pintadas e algumas imagens de orixás, cuidadosamente organizadas, além de algumas flores que serviam para deixar o lugar ainda mais bonito.
A sessão começa. Os médiuns entram e formam um círculo que se movimenta em sentido horário, enquanto toca uma linda melodia: 
Meu pai, Oxalá, obrigado meu pai que bom... As voltas do teu abraço, são laços de luz e som!” 
E dali em diante tudo me parecia muito familiar, sentia até vontade de cantar! 
Que alegria estar ali! A sessão transcorria como estava descrito no livro “Tambores de Angola” – que, por acaso, descobri que fazia parte do acervo da biblioteca da casa.
Na minha vez de tomar o passe ouvi, através do médium, um “muito obrigado”. Obrigado? Mas se alguém deveria estar grato, esse alguém era eu!  Foi uma emoção indescritível. Encontrei o que procurava! E mais lágrimas caíram e dessa vez se fundiam com as da “Preta Velha” que me dava o passe e me abraçava de maneira muito acolhedora. E essa “Preta” me parecia muito familiar, como tudo naquela casa.
“... Teu olho que brilha e não para
Tuas mãos de fazer tudo e até
A vida que chamo de minha
Neguinha, te encontro na fé...”

Meu tempo de passe tinha acabado, que pena! 
Não é que exista um tempo regulamentado para o passe, é que tem muitas pessoas para serem atendidas e a casa precisa manter uma certa ordem para que todos recebam o que foram buscar. 
Então a entidade pediu que ficasse mais um pouco, e nem precisava me pedir, porque não tinha a menor vontade de ir embora dali. Fui orientada a pedir um “encaixe” para ser atendida - As pessoas que não marcaram a consulta previamente podem deixar seu nome na lista e, conforme a disponibilidade vão sendo atendidas, e quase sempre, todos são atendidos – Esperei, e não demorou muito, chamaram meu nome. Dessa vez fui direcionada para outro médium, era um “Preto Velho” – me perdoem, mas dada a minha emoção, confesso que não perguntei nomes, aliás, não consegui perguntar nada, as lágrimas não permitiam. 
Então descobri que as perguntas não seriam necessárias.  Minha chegada era esperada e minhas angústias eram conhecidas. Minha maior angústia naquele momento era a saúde do meu marido. Ele estava fora do Brasil e as coisas não estavam saindo conforme o previsto e a sua saúde estava bastante comprometida. Sentindo-se sozinho e doente, ele só pensava em voltar para casa. Foram três longos e difíceis meses.  
Durante esse período, os mentores pediam que dissesse a ele que “relembrasse” - “Ele precisa relembrar. Diga a ele que relembre dos ensinamentos que recebeu quando criança e que faça as práticas” – e era o que eu fazia, praticamente todos os dias, dava o “recado” sem entender o que significava, mas como havia decido não opor resistência, fazia o que me pediam. 
Naquele momento da consulta, expliquei para o “Preto” o que estava acontecendo, que precisava ajudar meu marido a voltar ao Brasil e adivinha o que ele me disse: “Ele precisa relembrar. O “fio” sabe o que precisa fazer, ele precisa ter fé e colocar em prática os ensinamentos. A “fia” ainda tem que aprender, e o “fio”, relembrar o que já aprendeu. Diz pro “fio” ficá calmo que no outro sábado o “fio” vai tá entrando pela “quela” porta, aí “nois” vai ter muita coisa pra conversá”.

“... Me mostre um caminho agora
Um jeito de estar sem você
O apego não quer ir embora
Diaxo, ele tem que querer...”

Ah! Tem mais outro detalhe nessa história: não tinha contado para ele que iria a uma gira de Umbanda - justo eu, que nunca tenho segredos para ele! – Ainda mais esse: Gira de Um-banda. O Carlos é “da religião”, como a gente diz, só que ainda menino, a sua avó materna faleceu, daí ele pouco frequentava sessões e, quando ia, ficava sempre desconfiado. No fundo, acho que o que ele queria era reencontrar o elo com a sua avó, mas como não conseguia, acabava se decepcionando e, assim como eu, vivia a sua eterna busca. 
Enfim, a questão era: não poderia haver segredos dali em diante. 
Perguntei ao “Preto” o que devia fazer: contava ou não?   O “Preto” disse que contasse, que ele saberia entender, pois a religião estava nele e, com o tempo, tudo faria sentido. 
E foi o que fiz, contei. Como o “Preto” havia dito, as coisas se encaminharam como num passe de mágica, inacreditavelmente tudo se resolveu! Três dias depois, estava indo buscá-lo no aeroporto. 
No sábado seguinte, lá estávamos nós, juntos, entrando pelo portão daquela casa, da Casa Pai Joaquim de Cambinda.

“... Te carrego no colo e te dou minha mão
Minha vida depende só do teu encanto
Cila pode ir tranquila
Teu rebanho tá pronto...”

Como " Ogum Beira Mar” bem disse, em outra consulta: 
“Só há duas formas de aprender: pelo amor, ou pela dor, a filha é que escolhe!”
Escolho o amor.
Ah! E quanto à música? Essa história não sou eu quem vai contar, é o Carlos! 
Porque essa é mais uma pecinha que forma esse “quebra-cabeça divino” chamado vida!





Texto de Márcia Souza

http://marciaholi.blogspot.com.br/







Leia a primeira parte desta história no link:

http://www.casapaijoaquimdecambinda.blogspot.com.br/2013/08/quando-o-coracao-fala-6.html

E a segunda parte: