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sábado, 4 de abril de 2020

Quando o coração fala [16]

O dia em que o mar me abraçou
Por Brenda Oliveira


Desde muito pequena sempre fui muito atraída pelo mar. Tinha curiosidade de saber como era, quem regia tudo aquilo. Mais velha descobri o nome pelo qual chamam a dona dessa grandeza: Iemanjá. E eu a via como uma grande sereia em cima de uma grande pedra cantarolando em uma bela noite de luar.
Todas as vezes que ia ao encontro do mar eu me sentia forte,  tão forte quanto aquela imensidão que meus olhos podiam ver. Depois de muito me questionar sobre o  porquê de tanta ligação, descobri em um sonho onde eu estava em cima de uma grande pedra de frente para o mar numa noite de lua, que ela era minha protetora.
Após os meus estudos na Umbanda na Casa Pai Joaquim de Cambinda tive muita interação  (provações?) com meus guias espirituais, mas nunca tão forte com ela. Me questionava o porquê. Então em um belo dia de férias em SC, fui levada sem saber pelos meus primos até a praia para conhecer aquele lugar.
Chegando lá estava em uma praia muito linda com ondas fortes e o som destas ondas meio que me hipnotizava. Era como se não houvesse mais ninguém lá, só eu e o luar, que por sinal estava tão lindo. Pedi para meus primos um tempo para mim, pois queria sentir aquela energia dela comigo. Eles respeitaram e me deixaram sozinha.
Comecei a agradecer as coisas boas e as ruins que me proporcionaram algum aprendizado, orar pelas pessoas que amo e comecei a sentir a vibração dela intensamente. Eu, ainda ser humano falho, pedi mentalmente que se ela estivesse ali mesmo, me mostrasse de alguma forma. Eu estava longe das ondas, estava na areia e então a maré subiu e as ondas começaram a bater e lavar meus pés. Eu me arrepiei toda e a emoção começou a tomar conta de mim. Ali eu senti que sua presença estava inteira sobre mim. Ela se virou e chamou meus primos, que acanhados,  aproximaram-se sem entender muito o que estava acontecendo. Ela os abraçou e ali naquele abraço eu senti o que tanto falamos sobre o amor. Não havia julgamento, medo do desconhecido, só o amor que ela transmitiu a eles naquele momento. Ela parou, observou e falou: - Quando estiver triste, venha para o mar; quando estiver feliz, venha para o mar; quando estiver com saudades, venha para o mar. Aqui sou o refúgio de vocês. Nós somos tudo o que vocês veem e não veem, nós somos o mar, nós somos a terra, nós somos ar. Não temos uma forma e sim somos tudo o que Deus criou.
Meus primos se afastaram e lá eu fiquei com ela. Era uma vibração sem igual, era o lugar dela, era o amor incondicional da Rainha do Mar. Após sua despedida senti o seu amor por inteiro dentro de mim e no meu mental ela me dizendo: - Eu sou sua protetora, eu sou sua mãe, estamos juntas sempre.

Ali cai no choro, estava muito cansada pelo desgaste de energia, meus primos , embora sem entenderem muito bem, pois não praticam nenhuma religião, me recolheram com todo amor, me agradeceram e me colocaram para dormir.

Nesse dia só reafirmei que não estamos aqui por um acaso, não estamos sozinhos e que existe algo muito maior que podemos imaginar. Aqui é pra quem tem fé.

Odoyá minha rica Mãe!




A Brenda é desenvolvente no Grupo de Estudos da Casa Pai Joaquim de Cambinda