AVISO IMPORTANTE:

* Nossa casa fica em Porto Alegre (RS), Av. 21 de Abril, 1385, Vila Elizabeth, Bairro Sarandi. * Dia 4/3/23 não haverá Gira (trabalho externo) * Dia 11/3/23 voltamos ao horário normal das Giras de Pretos Velhos, aos sábados, 15h

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Quanta força tem um passe?

Por Sônia Corrêa 
Médium da Casa Pai Joaquim de Cambinda
Antes mesmo de entrar no tema que pretendo abordar – o passe – quero deixar claro aos leitores, especialmente aos consulentes, que é cada vez mais comum e natural a incorporação consciente, ou seja, mesmo o médium estando incorporado, ele não perde a consciência sobre o que está acontecendo ao seu redor.
 
O médium poderá estar consciente ou não, a depender da entidade que estiver incorporada, ou mesmo do caso que se apresentar diante dele. Quem define é a entidade se o médium estará consciente, ou não. Isso não é uma regra (até porque a espiritualidade se apresenta como deve se apresentar, para cada situação). 
Dito isso, é muito comum – por sermos humanos – que quando um médium trabalha no passe, ele (o médium) observe o comportamento do consulente. E não é raro que o consulente fique em frente a entidade insensível, alheio àquele momento tão especial de transmissão de energia. Será que o passe recebido com inércia terá efeito sobre o consulente? Sim, terá! Afinal, a entidade que transmite alento e boas vibrações é um ser de luz. Entretanto, somente absorvemos aquilo que estamos predispostos a receber. 
Então, porque não potencializar o efeito do passe? Quando chegamos numa casa religiosa, seja ela de qual for a religião, pressupõe-se que estamos em busca de conexão da nossa alma com o mundo espiritual. Então, ao chegarmos naquele ambiente, já devemos nos concentrar naquilo que viemos buscar, pois a espiritualidade age em todos os momentos em que nos vinculamos a eles. Sente, fique em silêncio, feche os olhos e se concentre com todas as suas forças naquilo que veio buscar. Faça uma prece, com suas próprias palavras, ou mesmo uma prece já conhecida. O mais importante é se conectar ao máximo com seus protetores, com seus anseios, com sua fé e na confiança que sairá dali, muito melhor do que chegou. 
Ao chegar em frente ao médium e a entidade que está incorporada, será o momento de congraçamento dessa conexão. O abraço da entidade, as palavras proferidas por ela (mesmo que não seja escutada), a fumaça, o álcool cruzado, as ervas passadas no seu corpo são o ápice das bendições que estarás recebendo. Receba esse amor com fé, receba essa benção com reciprocidade, receba o passe com emoção, afinal não é a qualquer momento que a gente pode estar tão interligada com um espírito que é só bondade e só te transmite benevolência. 
Se o passe para quem está inerte já produz benção, imagina a força que um passe ganha para quem está totalmente entregue e confiante na luz divina desse momento. Pense nisso na próxima vez que for tomar um passe!

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Quem não pode com mandinga, não carrega patuá

 Por Soninha Corrêa


Compreender o significado dessa frase, define muitas coisas sobre quem pratica religião de matriz africana, mas também define muitas coisas sobre quem é de verdade e quem é de mentira.
Hoje, no entanto, vou usá-la para definir o meu orgulho, honra e gratidão por ter me encontrado na Sagrada Umbanda há cerca de 12/13 anos.
Mais do que ter encontrado o fio de religação entre a espiritualidade e eu, encontrei aquilo que - na minha humilde opinião - é essencial em qualquer religião: um lugar que faça com que os humanos se tornem seres melhores.
Ou seja, a evolução entendida como um processo que somos capazes de trilhar e construir se houver disponibilidade, disciplina, vigilância, amor no coração e fé.
Desde que iniciei minha caminhada na Umbanda, posso afirmar sem qualquer risco de errar, que já evolui muito. Entretanto, estou longe - muito longe mesmo - de ser um espírito de patamar superior como, sim, eu almejo.
O primeiro passo para ser Umbandista (ou membro de qualquer outra religião de matriz africana) é ter coragem para enfrentar as adversidades que essa decisão traz consigo.
Assumir-se umbandista é um ato de desprendimento do convencional, de coragem e, acima de tudo, de certeza de que não se escolheu um atalho, mas um caminho difícil que terá como recompensa a chegada num lugar melhor.
A sociedade brasileira, assim como a sociedade mundial, conserva crenças limitantes, onde o sagrado só é sagrado e respeitado se estiver dentro da caixinha de uma organização social branca, racista, machista, homofóbica, católica e/ou evangélica.
Tudo o que estiver fora desse padrão é agredido, discriminado, criminalizado.
O grande problema é que muitas vezes os próprios umbandistas discriminam-se. Aceitam e reproduzem o preconceito e a intolerância religiosa, quando se escondem e escondem sua opção religiosa.
Aceitam as bobagens e infâmias que dizem sobre nossas entidades de luz. É o que popularmente se diz: quem cala, consente.
Quem nunca ouviu pessoas falando sobre religiosos da Umbanda, do Candomblé ou de Nação coisas como porquê eu fico doente, se sou médium. Porquê os religiosos não acertam na mega sena ou, por qualquer outra razão, não são ricos. Qual é o motivo de eu não ter um relacionamento de comercial de margarina.
Há também aqueles que pedem, em tom absolutamente debochado, mas também em tom de seriedade, para que eu utilize a mediunidade para resolver um ou outro problema, desejo ou demanda.
Pois então... vamos esclarecer de uma vez por todas: médium não é mágico. Terreiro não é ilha da fantasia.
Noutro dia li um texto que falava que as pessoas não vão para igreja (seja ela qual for) para pedir ao padre ou pastor um amor, ou um marido que já é casado com outra. Também não pede para destruir a vida de ninguém.
Se é verdade que as pessoas vão às igrejas movidas por sentimentos nobres, por qual motivo acham que ao chegar num terreiro podem exigir que os espíritos de luz lhes concedam as vontades?
Se tu frequentaste alguma casa que te disse que essa ou aquela entidade é obrigada a te atender em troca de algum pagamento, no mínimo, desconfie da seriedade do lugar.
Tu até poderás ser atendido, mas não esquece de um ditado que diz que não existe almoço de graça. Tudo o que vai, volta! É a Lei do Retorno.
Os terreiros de Umbanda sérios trabalham com entidades que praticam a caridade e difundem o amor. Se tu és umbandista e não tem plena consciência e confiança nisso, estás no lugar errado.
E se tens plena consciência e confiança, o que te faz se envergonhar de se assumir umbandista? Nada foge aos olhos de Deus. O que recebemos é fruto do nosso merecimento.
Se eu tenho clareza de que eu não sou médium e nem as entidades com as quais trabalho servem para arranjar marido, emprego, fortuna, ou fazer vinganças, mas ao contrário, para difundir o amor, a humildade e a caridade, o que me impede de me orgulhar de ser umbandista?
Fraqueza? Falta de coragem?
Vou repetir a minha opinião dita lá no começo: é preciso coragem para enfrentar os desafios de romper com o preconceito e assumir-se umbandista.
QUEM NÃO PODE COM A MANDINGA, NÃO CARREGA PATUÁ.
Não adianta ostentar 30 guias no pescoço, dizer que recebe todas as energias de todas as linhas, se não consegues assumir quem és.
Soninha

Estou na Umbanda porque lá estou buscando a minha evolução espiritual através da prática da caridade.
Sou umbandista porque estou me esforçando para me tornar alguém melhor e lá eu recebo esse aprendizado cotidiano.
Se quiseres ir ao terreiro em busca de alguma coisa, que seja o amor, a fraternidade e a caridade, vais encontrar de sobra.
É através disso que nos tornamos merecedores de todo o resto.


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

No balanço do mar

 Por: Marinheiro Alberto

Canalizado pelo Médium Matheus Niederauer

Até hoje fico pensando como eu, meus companheiros e meu capitão fomos desencarnar justo onde tirávamos o sustento para nossas famílias por muitos anos.
Era uma noite como esta, tranquila, mar calmo, parecia que seria uma excelente noite para trabalhar. Um carregamento de peixe seria entregue e voltaríamos para nossas casas e nossas famílias como muitas noites fizemos.
Estávamos rindo muito por que ganharíamos um bom pagamento e já planejávamos no que iríamos gastar.
Eu já planejava meu descanso, trabalhava muito e precisava dar mais atenção a minha familia. Queria que meus filhos seguissem os meus passos assim como eu segui os de meu pai.
Mesmo que tudo estivesse tranquilo naquela noite, algo me incomodava. Tive um engasgo repentino mas achava que era o Rum que eu degustava.
De repente o tempo virou, as ondas começaram a ficar altas e nosso capitão não conseguiu controlar o nosso barco. Ele diz hoje que tomou- se de uma fraqueza repentina nos braços. Como se fosse uma câimbra. O barco virou e eu tentei me salvar como pude até que fui golpeado na cabeça por uma parte do barco e desacordei.
Senti o meu corpo afundando e já não vi mais nada a minha frente. Sentia muita paz mesmo não mais enxergando nada. Quando despertei, nunca botei tanta água para fora. Minha roupa estava encharcada. Um rapaz de branco cuidou de mim. Perguntei sobre meus companheiros e ele só dizia que estavam todos bem. Demorei muito para aceitar a condição de desencarnado. Deixar minha família e mais do que isso deixar a minha vida no mar. Sinto falta do meu trabalho e o que me preenche hoje é proteger quem trabalha no mar. Pescadores, marinheiros e capitães do mar. Resgatar os desencarnados no mar. Já fui nestas casas de reza de vocês. Trabalhamos sempre em grupo.
Nosso trabalho é limpeza. Antes limpávamos era o convés, hoje limpamos vocês.
Quando posso, gosto muito de caminhar na beira na beira da praia a noite. Me faz bem, mesmo sendo um espírito.
Como pode me encontrar? É simples.
Ouça o som das ondas. Ao fundo, bem ao fundo você ouvirá o som de um apito.
É o sinal que estamos chegando pra trabalhar.
Salve a Marujada
Salve Mãe d'água.
Odoyá todo o Povo do Mar

domingo, 9 de janeiro de 2022

Abre ou não abre o Terreiro?

 

Por Cândida Camini

Boa noite, meu povo saudoso de uma macumba!

Então, não vamos mais fazer planos de abrir o Terreiro.
Não adianta nada a espiritualidade programar, a gente aqui embaixo se organizar e o povo não colaborar.
Enquanto o livre arbítrio 'egoista' imperar, estamos à mercê das variantes do vírus.
Já falamos e vamos repetir: nosso Terreiro é pequeno, não temos a menor chance de cumprir com protocolos de distanciamento.
Estamos vendo agora o resultado das aglomerações das festas de final de ano e também do povo nas praias sem distanciamento e sem o uso de máscaras.
A Vacina está fazendo o seu papel, mas não é tempo de abrir mão dos cuidados.
Seguimos com a orientação de nossos Dirigentes Espirituais e vamos manter o Terreiro Fechado.
Fechado na matéria, porque continuamos trabalhando energeticamente e atendendo a todos que nos pedem auxilio.
O post das orações não é só um local onde você escreve o nome e nada acontece.
Todos os pedidos são levados ao nosso Congá e, sempre que alguém nos pede diretamente, dependendo do caso e da urgência, atendemos à distância (sim, porque para as energias não existem distâncias).
Assim que recebermos autorização de nossos Dirigentes Espirituais para voltar aos trabalhos presenciais, vocês serão comunicados aqui no Grupo.
Sintam-se amparados por todos os Guias deste Terreiro e peçam auxilio sempre que precisarem.
Que este ano de 2022 seja pleno de esperança e de amor!
Que Ogum, com sua espada e seu escudo, esteja à frente de todas as nossas batalhas!
Que Iansã, com seus ventos, promova as mudanças necessárias para o nosso aprendizado e evolução!
Que Xangô, com seu Oxé, faça imperar a justiça divina!
Que Oxum nos cubra com seu manto de amor incondicional, trazendo também o ouro necessário para que possamos viver com dignidade!
Que Iemanjá com suas águas purificadoras leve na onda que vai todas as nossas tristezas e inseguranças e traga, na onda que vem, a serenidade que precisamos para escolher nossos caminhos.
Que Oxóssi, o grande caçador, nos proporcione o conhecimento e a coragem para buscar nosso sustento.
Que nossos queridos Pretos e Pretas Velhas nos acolham em seu colo de amor, com sua sabedoria e sua paciência, nos ensinando a olhar o próximo com empatia.
Que os Cosmes nos cubram de alegria e pureza, deixando mais leves nossas procupações.
Que o Povo do Oriente nos proporcione a saúde física, mental e espiritual que tanto carecemos nos últimos tempos.
Que o Povo Cigano, com sua magia, nos ensine a cantar e dançar mais, como nunca antes.
E finalmente, que o Povo da Rua se faça sempre presente, nos protegendo das energias mais baixas que porventura queiram nos atingir
Axé!

sábado, 1 de janeiro de 2022

Feliz Ano Novo!


Por Cândida Camini

FELIZ ANO NOVO!

Qual o real significado destas palavras?
No meu ponto de vista, esperança!
Esperança de comida, para quem tem fome.
Esperança de trabalho, para quem está desempregado.
Esperança de alegrias, para quem vive triste.
Esperança de saúde, para quem está doente.
Esperança de vida, para quem já quase desistiu dela.
Esperança de companhia, para quem se sente só.
Esperança de igualdade, para quem é discriminado.
Esperança de educação, para quem não tem oportunidade de entrar em uma faculdade.
Esperança de encontrar um amor, para quem não consegue seguir sozinho.
Esperança de novos amigos, para os que se perderam dos antigos.
Esperança de reencontrar a fé, para os que acham que a perderam.
Esperança, esperança, esperança....
Não podemos, jamais, perder a esperança!
Precisamos, sempre, acreditar que tudo pode dar certo.
E que tudo está sempre certo!
Até quando achamos que não.
Aprender com os erros, nos torna mais experientes.
Aprender com as dificuldades, nos torna mais fortes.
Aprender com a solidão, nos torna mais solidários.
Aprender com a doença, nos mostra o sentido da vida.
Aprender com o outro, nos enriquece por demais.
A Umbanda, como consta em nossa Bandeira, é Amor, Humildade e Caridade.
Se tivermos amor por nós mesmos e polo outro e humildade para nos colocarmos à disposição, a caridade se faz por si só.
Em breve estaremos juntos novamente, pisando o chão do Terreiro, num reencontro com as energias que nos fazem ter esperança e nos enchem de amor!
Façamos cada um a parte que nos cabe para que isto aconteça o mais breve possível, com consciência, com empatia, com amor e com esperança, sempre!
FELIZ ANO NOVO!