AVISO IMPORTANTE:

* Nossa casa fica em Porto Alegre (RS), Av. 21 de Abril, 1385, Vila Elizabeth, Bairro Sarandi. * Dia 4/3/23 não haverá Gira (trabalho externo) * Dia 11/3/23 voltamos ao horário normal das Giras de Pretos Velhos, aos sábados, 15h

sábado, 23 de novembro de 2019

Quando o coração fala [15]


Por Juliana Bálico

Sempre fui de ler os relatos publicados pelos irmãos de corrente no Blog do Terreiro, e até então, uma única vez tive o privilégio de escrever sobre a Preta Velha que me acompanha, a Maria Redonda. E na última quinta-feira, após o assentamento do Amaci, venho falar sobre uma outra Negra, mais especial ainda.
Há um bom tempo, algumas pessoas me perguntam o motivo de não trabalhar com os meus Protetores durante as Giras, o motivo de não os receber nessas oportunidades para me descarregarem, para me harmonizarem, para libertarem as amarras que ainda sinto em meu corpo com relação aos trabalhos e minha única resposta é que não estou pronta ainda, a insegurança persiste, mas quem sabe aos poucos, né?

Nos últimos meses, semanas e dias venho sentindo uma energia que se aproxima, sussurra algo em meu ouvido e se afasta, ou apenas surge aquele pensamento estranho até mesmo “sem sentido”. Eis que chegou o momento de sentar, colocar uma música tranquila e a necessidade era de que tivesse uma cachoeira no fundo e apenas me colocar à disposição e escrever...
Em meados de 1853, uma negra escrava, parteira, de 55 anos, foi chamada às pressas para a  casa grande, para ajudar a Senhora a dar à luz ao bebê que estava em seu ventre. Como todo trabalho de parto, este não foi fácil, algumas complicações ocorreram, mas a negra sempre tinha uma palavra para confortar e uma reza para acalmar, enquanto fazia seu trabalho. Horas depois do bebê nascer, a negra é chamada novamente para que, dessa vez, ajude a Senhora a cuidar de sua filha. Ela aceita, mas informa que não seria por muito tempo, pois outras mães precisariam de sua ajuda para darem à luz e ajudar nos primeiros dias de vida da criança.
A negra escrava sempre sonhara em ser mãe, mas o mais próximo que chegava deste sonho era nos partos que realizava e nos dias em que ajudava as mães. Tendo em vista as inúmeras vezes que acabou apanhando por tentar salvar seus “filhos de coração”, essa negra não poderia ter filhos. Esse sentimento materno sempre foi muito presente em sua vida, todas as crianças a rodeavam e ela sempre estava disposta a dar atenção merecida a cada uma, como se fossem seus próprios filhos.
Hoje teremos mais um encontro, mais um firmamento e mais um ano dividindo este sentimento enorme de amor e gratidão pelo próximo.
Tenham certeza que as lágrimas que escorrem neste rosto, são de felicidade, são dos reencontros, são do mais puro amor!
E aos que ela protege e guarda, tenham certeza que fazem parte deste grande coração de mãe, que pertence à negra Zuma.


Juliana Bálico
Filha de Oxum e médium da CPJC 





Ora iê iê ô, Oxum!

Salve, negra Zuma!






sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Umbanda, 111 anos!


Umbanda, ahhhh a Umbanda!
Mais do que uma religião, um caminho, uma luz, um alento....
Quem me conhece sabe que ela caiu de paraquedas na sala do nosso apartamento, a 17 anos.
Caiu de paraquedas na minha vida, na verdade, porque o Ricardo já estava trilhando este caminho a bem mais tempo que eu.
E eu?  Bem, no início pareceu fácil, aliás, fui eu quem teve a idéia (ops, foi mesmo?) de iniciar os atendimentos no apartamento.
Mas depois, vixi, como foi difícil quando caiu a ficha.
Ainda é, não dá pra dizer que é fácil!
Mas diz aí, tem missão fácil?
Se é fácil não é missão, é merecimento.
Então, sigamos, por mais 17 anos ou tantos quantos forem necessários.
15 de novembro, 111 anos de Umbanda no Brasil!
Salve todas as Linhas e Falanges!
Salve Pai Joaquim de Cambinda, nosso amado dirigente!
Salve Ogum Beira Mar, nosso eterno comandante!
Salve todos os Guias que nos acompanham!