Por Matheus Niederauer
Queria passar a vocês, do meu ultimo desdobramento, um pouco de onde Pai Cipriano, Mãe Maria e Pai jose e seus filhos viveram:
Negro feiticeiro ou negra benzedeira/feiticeira era sinônimo de respeito.
Preto velho, não é porque era velho
que não ia trabalhar ou até ir pro tronco pra apanhar. Ia igual a todos os
outros.
A colheita, a reforma da casa grande
e do jardim da casa grande, dar comida pros porcos e galinhas não era serviço
do patrão e da sinhá e muito menos da sinhá moça e do capitão do mato.
Era nós, negros e negras que deixava
tudo arrumado e florido. A camisa engomada ou aquele vestido bonito, não ficava
limpo sozinho.
Muito as negra iam pra beira do
riacho bater roupa.
Os castigos dos mais diversos jeito.
Preto apanhava até se respirava. Até se derramasse lágrima no chão.
O buraco aonde nós morava, era teto baixo, sem luxo, de chão batido e umas madeira alta no chão.
Era afastado da casa grande. Porque
os patrão não gostava do nosso cheiro.
Branco não gostava do negro, mas quando as mazela da vida o atingia que os doutor não achavam a cura, era nos negros e nsa negras que eles corria.
A roda de capoeira hoje vocês fazem quando querem.
No nosso tempo era quando podia,
normalmente no alto da madrugada, bem afastado da fazenda.
Nossos ritos era as escondidas, e qualquer
barulho no meio do mato, nós colocava as estátuas que os padre nos ensinavam a
cultuar, que hoje vocês usam no congá.
Pai Cipriano viveu sua vida toda e
não viu a liberdade. Desencarnou quando Pai José tinha 18 anos.
Pai José é filho de Mãe Maria.
Mãe Maria benzedeira de mão cheia rezava noite e dia para que seu filho se tornasse um grande feiticeiro. Embora ela soubesse que ele passaria por muita coisa na sua vida. Perseguido por muitos quiumbas em noites e mais noites, através de sua fé ultrapassou o limite do fisico para o espiritual.
Se doer era pra doer".
Pai Cipriano das Almas