AVISO IMPORTANTE:

* Nossa casa fica em Porto Alegre (RS), Av. 21 de Abril, 1385, Vila Elizabeth, Bairro Sarandi. * Dia 4/3/23 não haverá Gira (trabalho externo) * Dia 11/3/23 voltamos ao horário normal das Giras de Pretos Velhos, aos sábados, 15h

quinta-feira, 31 de março de 2011

O Passe


Meus irmãos, o passe é transfusão de energia, onde médiuns e seus guias doam de si mesmos em teu benefício.


Talvez não tenhas vindo a nossa casa por livre escolha.
Talvez as dificuldades da vida te tenham indicado o caminho.


Quem sabe a curiosidade natural que invade o teu coração.
Mas não importa. Viestes e aqui estás.


Queremos esclarecer que em nossa casa reina a disciplina e o respeito por nossos Guias e pelas leis da Umbanda.

Aqui se pratica a caridade e por isso mesmo não se cobra nada pelas orações, pelos passes e pelos conselhos que aqui recebes.

Somos trabalhadores do Pai Maior e não temos outro objetivo que não seja servir de instrumentos para que os guias realizem o seu trabalho.

Não tratamos de nenhum assunto que possa prejudicar o próximo.

Não fazemos despachos, oferendas ou matanças de animais.

Nossa lei maior chama-se UMBANDA e, para nós, significa união, caridade, crescimento e integração com a lei da vida.

Seja bem vindo, vibre harmonia, bem-estar e prosperidade, e que os guias iluminem tua vida para encontrar a resposta aos teus questionamentos e a solução para tuas dificuldades.

Chegas amargurado, curvado pelo peso das ingratidões das quais julgas ser vítima; ansioso por alcançar aquilo que te achas merecedor; cansado de conviver com as dores das doenças que te maltratam o corpo físico; revoltado com o que consideras incompreensão de familiares.

Enquanto aguardas o atendimento, ao invés de reclamar pela demora, preocupado com os afazeres da matéria que te reclamam a pressa, fixa teus olhos no congá e busca aquela imagem que te chama à reflexão e à prece.

Respira fundo, acalma teu coração e eleva teu pensamento ao nosso Pai Maior, que conhece todas as tuas dores, tuas aflições e sabe exatamente daquilo que precisas e quando te será dado.

Por instantes, esquece as ingratidões, os desejos, as dores e as malquerenças, se desejas guardar contigo os benefícios do passe.

Não abuses nem desperdices as energias do alto, que te são doadas sem questionamentos e cobranças, tão só porque te sintas prejudicado em teus caprichos.

Ao te colocares defronte a uma entidade de luz, que vem em teu auxílio, não desfies um rosário de queixas infindáveis, que te impedem de desfrutar das energias salutares que vêm em teu benefício, impedindo-te de ouvir e assimilar a palavra de consolo que te chega sem demora.

Reflete antes e não te esqueças nunca, que tens sempre mais a agradecer, do que a pedir.

domingo, 27 de março de 2011

Meu Bondoso Preto Velho!


Aqui estamos, agradecidos, aguardando sua benção.

Quantas vezes com a alma ferida, com o coração irado, com a mente entorpecida pela dor da injustiça clamamos por vingança, e Tu, oculto lá no fundo do nosso Eu, com bondade compassiva nos sussurrava: ESPERANÇA.

Quantas vezes desejamos romper com a humanidade, enfrentar o mal com maldade, olho por olho, dente por dente, e Tu, escondido em nossa mente, nos dizias simplesmente:

"Sei que fere o coração a maldade e a traição, mas, responder com ofensas, não lhes trará a solução. Pára, pensa, medita e ofereça o perdão. Eu também sofri bastante, eu também fui humilhado, eu também me revoltei e também fui injustiçado.

Das savanas africanas, moço, forte, livre, num instante transformado em escravo acorrentado, nenhuma oportunidade eu tive.
Uma revolta crescente me envolvia intensamente, porque algo me dizia, que eu nunca mais veria minha Aruanda de então, não ouviria a passarada, o bramir dos elefantes, o rugido do leão, minha raça de gigantes que tanto orgulho tivera, jazia despedaçada, nua, fria, acorrentada num infecto porão.

Um ódio intenso o meu peito atormentava, por que OIÀ não mandava uma grande tempestade? Que Xangô com seus raios partisse aquela nave amaldiçoada, que matasse aquela gente, que tão cruel se mostrara, que até minha pobre mãezinha, tão frágil, já tão velhinha, por maldade acorrentara. E Iemanjá, onde estava que nossa desgraça não via, nossa dor não sentia, o seu peito não sangrava? Seus ouvidos não ouviam a súplica que eu lhe fazia? Se Iemanjá ordenasse, o mar se abriria, as ondas nos envolveriam; ao meu povo ela daria a desejada esperança, e aos que nos escravizavam, a necessária vingança.

Porém, nada aconteceu, minha mãezinha não resistiu e morreu; seu corpo ao mar foi lançado, o meu povo amedrontado, no mercado foi vendido, uns pra cá, outros pra lá e, como gado, com ferro em brasa marcado.

Onde é que estava Ogum? Que aquela gente não vencia, onde estavam as suas armas, as suas lanças de guerra? Porém, nada acontecia, e a toda parte que olhava, somente um coisa via... terra.

Terra que sempre exigia mais de nossos corpos suados, de nossos corpos cansados.

Era a senzala, era o tronco, o gato de sete rabos que nos arrancava o couro, era a lida, era a colheita, que para nós era estafa, para o senhor era ouro.

Quantas vezes, depois que o sol se escondia, lá no fundo da senzala, com os mais velhos aprendia, que o nosso destino no fim não seria sempre assim, quantas vezes me disseram que Zambi olhava por mim...

Assim o tempo passou, de rapaz forte de antes, bem pouca coisa restou, até que um dia chegou, e o preto se acabou...

Mas, do outro lado da morte eu encontrei nova vida, mais longa, muito mais forte, mais de amor e de perdão, os sofrimentos de outrora já não importam agora, por que nada foi em vão...

Fomos mártires nessa vida, desta Umbanda tão querida, religião do coração, da paz, do amor, do perdão".

(adaptado do texto de Pai Ronaldo Linares)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Ação Social na Umbanda

A Umbanda, como toda religião, também tem um compromisso social além dos atendimentos na casa.

Festa de Natal na creche

No último Natal fizemos uma festa para as crianças carentes da Creche Luz do Amanhã, na Vila Jardim, aqui em Porto Alegre e, na ocasião, nos comprometemos em adotar esta creche no sentido de mantermos pelo menos um contato mensal com as crianças, promovendo festinhas de aniversário, páscoa e também, sempre que possível, com doação de alimentos não perecíveis, brinquedos pedagógicos, roupas e calçados infantis.
No próximo dia 16/04, às 10h, faremos uma festinha de Páscoa, onde cada criança (são 30) receberão uma cestinha com chocolates e outros doces.

Para tanto, solicitamos a todos que puderem, que colaborem trazendo o que for possível, até o dia 13/4, para que possamos confeccionar as cestas.

As demais doações são sempre bem vindas, considerando-se que a creche é mantida pela comunidade e não tem auxílio dos órgãos governamentais.

Se cada um fizer a sua parte e pensando no todo, o mundo ficará bem melhor.

Contamos com a colaboração de todos.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Caboclos de Ogum

OGUM


Ogum Beira-Mar
Se quisermos alguma transformação em nossa vida seja ela externa, no campo material, ou interno no campo moral e espiritual temos que ter vontade, fé e força para a luta inicial. É a vibração de Ogum se encarregará de nos deixar mais fortes, colocando em nossos caminhos obstáculos para que possamos superá-los e nos tornar cada vez melhores.
Ogum possui os atributos: vontade de lutar, de avançar e de progredir, independentemente da situação que estamos vivendo. É o primeiro passo para a ação em qualquer demanda ou projeto.
A vibração de Ogum é daquele que avança sem medo do desconhecido. É, também, daquele que abre os caminhos para que os demais possam trilhá-los, sem preocupações ou receios.

Ogum é o general da Umbanda, grande Orixá da Lei e da Ordem, e, amparado pela Lei nada o detém, pois sua determinação é como ferro. É a força mantenedora da ordem, da justiça, da vida. Senhor dos caminhos e das demandas.
Ogum é o ferro e o fogo. Se necessário for utilizará sua energia destrutiva, eliminando, transformando. É o Fogo Purificador. É o sangue nas veias, o calor, a iniciativa, a força de vontade, a manutenção da vida.

Seu ponto de força está na rua, na estrada e caminhos, estradas de ferro e, principalmente, nas encruzilhadas. É Ogum quem decide quem passa e quem não passa; quem vai para o norte ou quem vai para o leste e assim por diante. Assim podemos associar Ogum à solução dos problemas, nossa evolução, nossas demandas, nossas necessidades espirituais e de liderança. Ogum está no começo, no meio e no fim.
Ogum é quem está em ronda, vigiando nossas ações, palavras e pensamentos.

Sincretizado com o santo católico São Jorge, seu dia é 23 de abril, representa a luta permanente com as nossas imperfeições (dragão). São as nossas emoções, atitudes e pensamentos inferiores que precisamos controlar, burilar e transformar.  Atua no plexo solar.
 Seu símbolo é a espada, instrumento de corte utilizado para abrir as trilhas. Cortamos e eliminamos aquilo que não queremos. Sua flor o cravo vermelho.
Ogum está em todos os reinos originando vários entrecruzamentos, tais como:
Ogum Beira Mar: atua sob a energia da areia do mar- Reino de Yemanjá.
Ogum Sete Ondas: atua sob a energia das ondas- Reino de Yemanjá e Oxalá. Trabalha na ronda da Calunga Grande (mar e oceano).
Ogum Rompe-Mato: atua sob a energia das matas – Reino de Oxossi.
Ogum das Pedreiras: atua sob a energia das pedreiras – Reino de Xangô.
Ogum Megê: atua sob a energia da Calunga pequena (cemitério) na calçada que o cerca e diretamente com as almas – Reino de Omulu.
Ogum Naruê: atua sob a energia da Calunga pequena (cemitério) trabalhando basicamente no desmanche de magias negras, exercendo domínio sobre as almas quimbandeiras – Reino de Omulu.
Ogum Matinata: atua sob a energia dos campos abertos e colinas – Reino de Oxalá. Não há muitos médiuns que conseguem tê-lo como Orixá de trabalho, pois são bastante raros e difíceis de incorporar.
Ogum Iara: atua sob a energia dos rios, lagos e cachoeiras – Reino de Oxum.
Ogum Delê (ou De Lei): traz consigo a vibração pura de Ogum e trabalha em todos os pontos de força. É a própria lei regendo reajustes cármicos.  

Fonte: Umbanda Pé no Chão / Ramatis pelo médium Norberto Peixoto

domingo, 20 de março de 2011

Você pratica uma boa Umbanda?

Aos que trabalham na Umbanda e também a todos aqueles que querem trabalhar um dia.
Nosso trabalho não é só o que alguns vêm da assistência, principalmente em dia de Sessão de Ciganos e do Povo da Rua. Embora para estes pareça uma festa, exige muita seriedade e, mais do que nunca, responsabilidade.
O texto abaixo, escrito com muita propriedade por Douglas Fersan, Sociólogo/Educador e Umbandista, merece reflexão diária, de todos e de cada um, estejamos nós nesta seara a poucos meses, ou a muitos anos. Com sua autorização, trago de seu Blog Umbanda em Debate para cá, por entender que quantos mais prestarem atenção no seu conteúdo, mais rica será a nossa Umbanda.


E VOCÊ,  PRATICA UMA BOA UMBANDA?



No dia em que são realizadas as giras na sua casa de Umbanda, você procura, horas antes, amenizar seus pensamentos, afastando os negativos e todas as mágoas e rancores, ou dá valor a esses sentimentos, como faz no dia-a-dia? 


Horas antes, você procura alimentar-se de maneira mais frugal e sadia ou entrega-se aos prazeres do exagero da comida e da bebida, afinal ainda faltam algumas horas para a gira começar?

Antes de sair de casa você cuida de seu corpo e de seu espírito, higienizando a ambos, ou vai de qualquer forma? Tem uma roupa branca e limpa que usa exclusivamente para essa ocasião ou faz uso dela durante a semana também?

Ao cruzar a porta do terreiro deixa para trás os problemas que o afligiram durante a semana, afinal esse é seu momento de doação, ou carrega esses problemas e sentimentos inerentes a eles para dividir, ainda que involuntariamente, com os seus irmãos de fé, que fatalmente terão que dividir esse fardo com você (afinal numa gira de Umbanda as energias são compartilhadas)?

Você adentra o terreiro preocupado em solucionar os seus problemas pessoais ou pensando em praticar a caridade àqueles que esperam pacientemente na assistência?

Você entende que, numa gira de Umbanda, mesmo que não lhe sobre tempo para pedir ajuda às entidades para solucionar as suas questões particulares, você está colaborando com a sua própria evolução pelo simples fato de estar presente e servindo ao Divino e aos necessitados?


No congá você enxerga meras imagens de gesso ou pontos que emanam energias que você deve absorver a fim de realizar um bom trabalho?

Enquanto são tocados os pontos, você fecha seus olhos concentrando-se nos orixás e entidades que estão sendo chamados ou fica preocupado com o tempo que está correndo e os afazeres ou prazeres materiais que teve que deixar para participar da gira?

Você presta atenção nas roupas dos seus irmãos-de-fé, se elas são curtas ou extravagantes demais, ou cuida para que a sua alma esteja alva como deveria para aquele momento?

Em contrapartida, faz proveito da incorporação das entidades para extravasar seu ego, usando roupas esdrúxulas e exageradas, bem como para ingerir álcool e fumo em demasia, que no lugar de agradar as entidades, as expõem ao ridículo (bem como a si mesmo)?

Você faz do silêncio uma prece ou aproveita os momentos em que ele deveria reinar para conversar com os irmãos-de-fé sobre assuntos corriqueiros ou até mesmo fofocas e maledicências? Permite que a sua língua seja maior que a sua fé ou a sua dedicação à Umbanda?

Costuma dizer que as entidades ou orixás são seus – “meu Ogun”, “meu caboclo” – e acredita que você é quem realiza o auxílio aos necessitados ou tem consciência de que é um mero instrumento da espiritualidade a serviço do bem?

Olha os consulentes com certo desdém quando eles relatam um problema que para você é banal, mas que para eles pode ser o mais grave do mundo?

Diz a todos que não lembra de absolutamente nada enquanto cede seu corpo às entidades, quando na verdade possui a chamada “mediunidade consciente”?

Usa o bom nome da Umbanda e das entidades para amedrontar seus desafetos, denegrindo a imagem de nossa religião, já tão injustiçada perante a sociedade?

Alguma vez já simulou estar incorporando uma determinada entidade para dizer a alguém coisas que não teria coragem de dizer sem usar esse subterfúgio?

Já usou a sua mediunidade para obter favores pessoais, materiais e financeiros?

O que você sente quando a gira termina e você vai para casa?

A satisfação por ter cumprido o seu dever auxiliando a sua própria evolução e ao próximo, ou sente-se revoltado porque algum médium brilhou mais que você ou demorou demais atendendo aos consulentes, atrasando o encerramento dos trabalhos?
Responda a essas perguntas com sinceridade e saberá se você pratica uma “boa Umbanda”. Lembre-se que nenhum de nós é perfeito, mas trilhamos o caminho da Umbanda a fim de minimizar as nossas imperfeições, e não para acentuá-las.
Douglas Fersan – Março de 2011.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Pombas-Giras, Arreda Homem que aí vem mulher!

“Arreda homem que aí vem mulher" é um Ponto que canta a chegada das pombagiras no espaço ritual de alguns terreiros.

Se Exu já é mal interpretado, confundindo-o com o Diabo, quem dirá a Pomba-Gira?
Dizem que Pomba-Gira é uma mulher da rua, uma prostituta. 
As distorções e preconceitos são características dos seres humanos, quando eles não entendem corretamente algo, distorcendo-os.
Pomba-Gira é um Exu Feminino, não são prostitutas.

A função principal das Pombas-Giras está relacionada à sensualidade. Elas frenam os desvios sexuais dos seres humanos, direcionam as energias sexuais para a construção e evitam as destruições.
A sensualidade desenfreada é um dos "sete pecados capitais" que destroem o homem : a volúpia. Este vicio é alimentado tanto pelos encarnados, quanto pelos desencarnados, criando um ciclo ininterrupto, caso as pombas-giras não atuassem neste campo emocional.

As Pombas-Giras são grandes conhecedoras das fraquezas humanas. São, como qualquer Exu, executoras da Lei e do Karma.
Cabe à elas esgotar os vícios ligados ao sexo. Quando um espirito é extremamente viciado ao sexo, elas, às vezes, dão a ele "overdoses" de sexo, para esgotá-lo de uma vez por todas.


Elas, ao se manifestarem, carregam em si grande energia sensual, não significa que elas sejam desequilibradas, mas sim que elas recorrem a este expediente para "descarregar" o ambiente deste tipo de energia negativa.
São espíritos alegres e gostam de conversar sobre a vida. São astutas, pois conhecem a maioria das más intenções. Estendem os assuntos ou alguma situação, só para que chegue ao âmago do assunto.

A Legião das Guardiãs Pombas-Giras atuam:

• Nas descargas para neutralizar energias vampirizantes, que atuam negativamente, por meio do sexo, fazendo de suas vítimas verdadeiros escravos das distorções sensuais.

• Cortando trabalhos de magia sexual negativa e as ditas “amarrações”, pois ninguém deve se ligar a ninguém a força. Isto é considerado pelos tribunais do astral como desvio de carma e as sanções para aqueles que realizam tais trabalhos são as mais sérias possíveis.

• Cortando trabalhos de magia negra, pois não é permitido pela Lei Divina que as pessoas ou espíritos possam fazer o que bem entenderem, ainda mais ferindo o Livre Arbítrio alheio.

• Neutralizando correntes e trabalhos feitos para desmanchar casamentos.

• A Guardiã Pomba-Gira atua no combate aos quiumbas (na medida do possível ajudando-os a evoluir) e no combate das energias desvairadas e viciantes; nas cobranças e nos reajustamentos emotivos e passionais; nas cobranças da Lei Divina (carma); nas emoções e nas ações dos indivíduos.



Lembre-se que nenhuma Pomba-Gira jamais atua negativamente na vida de qualquer ser, promovendo desuniões, feitiçarias, magias negras, fofocas, maledicências e toda sorte de coisas ruins.

Infelizmente a maldade é um imperativo humano.

Saiba pedir à Pomba-Gira!

terça-feira, 15 de março de 2011

Quem é Exu?

Exu Caveira
QUEM É EXU?

Ao contrário do que se pensa, os Exus não são os diabos e espíritos malignos ou imundos que algumas religiões pregam, tampouco são espíritos endurecidos ou obsessores que um grande numero de espíritas crêem.
Espíritos trevosos ou obsessores são espíritos que se encontram desajustados perante a Lei. Provocam os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. São espíritos que se comprazem na pratica do mal, apenas por sentirem prazer ou por vinganças, calcadas no ódio doentio.
Aguardam, enfim, que a Lei os "recupere" da melhor maneira possível (voluntária ou involuntariamente).

São conhecidos, pelos umbandistas, como kiumbas. Vivem no baixo astral, onde as vibrações energéticas são densas.
Este baixo astral é uma enorme "egrégora" formada pelos maus pensamentos e atitudes dos espíritos encarnados ou desencarnados. Sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores, raivas, vinganças, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe, alimentam esta faixa vibracional e os kiumbas se comprazem nisso, já que se sentem mais fortalecidos.

Os Exus são os "mensageiros" da Luz aqui na Terra. Através deles, a Luz  pode manifestar-se nas trevas.
Os Exus são considerados como "policiais" que agem pela Lei no sub-mundo do "crime" organizado. As "falanges" de Exus sempre estão nestas zonas infernais, mas não vivem nela. Passam a maior parte do tempo nela, mas não fazem parte dela.
Conseguem se infiltrar facilmente nas organizações das trevas.

Os Exus, em geral, sob a nossa ótica, não são bons nem ruins, são apenas executores da Lei.  Ogum, responsável pela execução da Lei, determina as execuções aos Exus.
Eles ajudam aqueles que querem retornar à Luz, mas não auxiliam aqueles que querem "cair" nas trevas.
Quando a Lei deve ser executada, eles a executam da melhor maneira possível doa a quem doer.
Há um ditado muito providencial que diz: "Cuidado com o que se pede a um Exu, pois poderá ser atendido."
A Lei é sempre justa. Às vezes somente um tratamento de choque remove um espírito do mau caminho. E são os Exus que aplicam o antídoto para os diversos venenos.

Os Exus estão ligados de maneira intensiva com os assuntos terra-a-terra (dinheiro, disputas, sexo, etc.). Quando a Lei permite, eles executam aos diversos pedidos materiais dos encarnados.
O kiumbas, seres astutos, conseguem se manifestar como um Exu, num terreiro muito preso às magias negras e assuntos que nada trazem elevação espiritual. Ao se manifestarem, pedem inúmeras oferendas, trabalhos, despachos, em troca destes favores fúteis.

Normalmente eles pedem muito sangue, bebidas alcoólicas e fumo.  (alguns até acreditam que Exu precisa repor as energias gastas em seus trabalhos com as energias das oferendas feitas pelos encarnados, mas existem casas de Umbanda, como a nossa, onde Exu não precisa de oferenda).
Mas, e os verdadeiros exus deixam?
É uma pergunta que comumente fazemos, quando estes disparates ocorrem.
Os Exus permitem isso para darem lição nestes falsos chefes de terreiros ou médiuns. Como disse, os métodos dos Exus para fazer com que a Lei se cumpra são variados.
Muitas vezes, também, a obsessão é tão grande e profunda que os Exus não podem separar de uma só vez obsedado e obsessor, pois isso causaria a ambos um prejuízo enorme.
Outras vezes os Exus deixam que isso aconteça para criar "armadilhas" contra os kiumbas, que uma vez instalados nos terreiros, são facilmente capturados e assim, após um interrogatório, podem revelar segredos de suas organizações, que logo em seguida são desmanteladas. Alguns terreiros, depois disso, são também desmantelados pelas ações dos Exus, causando doenças que afastam os médiuns, as pessoas, etc.
A roupagem fluídica (aparência) dos Exus varia de acordo com o seu grau evolutivo, função, missão e localização.

Exu das Almas

Normalmente, em campos de batalhas, eles usam o uniforme adequado. Seu aspecto tem sempre a função de amedrontar e intimidar.


Zé Pilintra

É claro que em determinados lugares eles se apresentarão de maneira diversa. Em centros espíritas podem aparecer como "guardas". Em caravanas espirituais, como lanceiros. Já foi verificado que alguns se apresentam de maneira fina, com ternos, chapéus, etc.
(baseado em texto de Eduardo Gomes)



Na Umbanda, sem Exu não se faz nada!

Alupo Exu!



sexta-feira, 11 de março de 2011

Conexões de Orações


CONEXÕES DE ORAÇÕES

Existe um costume muito enraizado na cultura das pessoas no geral. Quando não gostamos ou não concordamos com o comportamento de uma outra pessoa, tecemos a nossa infalível crítica, que mesmo não sendo expressada verbalmente, apenas no pensamento, já tem uma energia e direção. Não estamos dizendo que os comportamentos inferiores das pessoas a nossa volta devem ser simplesmente ignorados ou que esses aspectos não sejam perturbadores. O que queremos expor aqui é o fato de que mesmo que a pessoa tenha um comportamento negativo, nunca deveremos fazer comentários igualmente críticos já que isso irá reforçar esse padrão de comportamento. Quando alguém nos faz alguma coisa inferior, é por que essa pessoa está em uma vibração baixa. Quando manifestamos verbalmente ou mentalmente a nossa crítica para aquela pessoa, estamos projetando nela mais energia negativa, reforçando essa vibração baixa.

Honestamente é muito difícil para qualquer
pessoa conseguir segurar os comentários ou reações naturais. Só que o resultado desse processo natural é que não conseguimos nunca ajudar a quem precisa evoluir. A pessoa recebe essa vibração inconscientemente se mantém cada vez mais nessas vibrações densas.
 Com o tempo, quando os comentários, críticas ou reclamações continuam a acontecer, um campo energético consistente nessa vibração característica se forma, o que gera uma rede impulsos de inferioridades, ancorando comportamentos negativos no indivíduo que recebe a crítica. Essa energia concentrada dificulta muito a evolução da pessoa.

A vantagem desse processo é que atua tanto no sentido negativo quanto no positivo.
É preciso encontrar na pessoa o entendimento de que ela é alguém que mesmo sem ter consciência, precisa muito de ajuda. É preciso entender que as pessoas que seriam alvo da sua crítica são seres distanciados de sua essência divina e espiritualidade.

É necessário projetar na pessoa ou situação, um pensamento positivo contrário ao que está em evidência, o que gera grande enfraquecimento na personalidade negativa. É muito simples: você pode fazer em silêncio, mentalmente e às vezes até na frente da própria pessoa, ou também em um segundo momento. Faça apenas uma mentalização rápida, imaginando a pessoa serena, feliz, consciente de seu erro, compassiva, cheia de amor, despertando para sua evolução. Parece que não funciona, mas aos poucos é possível ver os resultados.
Esta prática cria um campo de energia positivo em volta da pessoa a que se destina que pode ser extendido a todo um grupo de pessoas, dependendo do foco que você coloca nele.

O passo principal é eliminar a crítica. O próximo passo é manter continuamente esse hábito para que o campo de energia se faça, se fortifique e se estenda. Após a construção dessa energia, é importante estimular mais e mais pessoas a fazer o mesmo. Nesse estágio as orações devem ser enviadas não só para quem precisa mas para as outras pessoas que estão na mesma caminhada, com isso essa corrente se fortifica e se expande mais ainda. É importante perceber que o foco não é só as pessoas e situações que precisam de prece, mas também as outras pessoas que rezam.


(baseado em texto de Bruno J. Gimenes - texto completo no link http://bemzen.uol.com.br/noticias/ver/2011/01/07/2116-conexoes-de-oracoes)

 



terça-feira, 8 de março de 2011

As mulheres na Umbanda

Por Cândida Camini

Durante muito tempo a sociedade se comportou de forma machista com as mulheres e, claro, na prática religiosa também.
Até hoje, em algumas casas, mulher menstruada não pode trabalhar, não pode tomar passe, mulher não toca tambor, não dirige um trabalho. Se estiver grávida, então, é imediatamente afastada da corrente mediúnica.


Infelizmente isto às vezes se aplica às entidades femininas, como as Pombas Giras, tão discriminadas por alguns, que chegam a afirmar que Pomba Gira é auxiliar de Exu, que Pomba Gira não assume um trabalho.


Quem freqüenta um Terreiro de Umbanda, percebe facilmente que a proporção de mulheres em relação aos homens é muito maior.


O que seria da Umbanda sem as maravilhosas Mães Iemanjá, Oxum, Iansã.



Mulher num Terreiro incorpora sem problema os seus guias masculinos, enquanto a maioria dos homens ainda tem pudores em deixar se manifestar uma Pomba Gira, ou mesmo uma Oxum.

Os fundamentos Umbandistas não ditam que existam diferenças entre homens e mulheres dentro de um Terreiro.

Pai Oxalá também não faz distinções, dando oportunidades iguais a todos, de praticar a caridade e cumprir sua missão.


Neste 8 de Março, dia consagrado a homenagear as mulheres, que bênçãos se derramem sobre todas, iluminando e preenchendo suas vidas de muito amor.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Condições Fundamentais para a Cura (por Edvaldo Kulcheski)

É lícito buscar a cura, mas não se pode exigí-la, pois ela dependerá da atração e fixação dos fluidos curadores por parte daqueles que devem recebê-los.
A cura se processa conforme nossa fé, merecimento ou necessidade.
Quando uma pessoa tem merecimento, sua existência precisa continuar ou as tarefas a seu cargo exigem boa saúde, a cura poderá ocorrer em qualquer tempo e lugar, até mesmo sem intermediários (aparentemente, porque ajuda espiritual sempre haverá).
No entanto, às vezes, o bem do doente está em continuar sofrendo aquela dor ou limitação, que o reajusta e equilibra espiritualmente, o que nos faz pensar que nossa prece não foi ouvida. Para tanto, vejamos o que diz Emmanuel no livro Seara dos Médiuns, no capítulo "Oração e Cura":

"Lembremo-nos de que lesões e chagas, frustrações e defeitos em nossa forma externa são remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus.
A cura só se dará em caráter duradouro se corrigirmos nossas atuais condições materiais e espirituais.
A verdadeira saúde e equilíbrio vêm da paz que em espírito soubermos manter onde, quando, como e com quem estivermos.
Empenhemo-nos em curar males físicos, se possível, mas lembremos que o Espiritismo cura sobretudo as moléstias morais".

De uma maneira primorosa, Allan Kardec nos situa sobre o assunto:

"A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã.
O poder curativo está, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada, mas depende também da energia da vontade que, quanto maior for, mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido.
Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou espírito".


Daí então se depreende que são quatro as condições fundamentais das quais depende o êxito da cura:
  • o poder curativo do fluido magnético animalizado do próprio médium
  • a vontade do médium na doação de sua força
  • a influenciação dos espíritos para dirigir e aumentar a força do homem e as intenções, méritos e fé daquele que deseja se curar. (Fonte: www.ippb.org.br)

quinta-feira, 3 de março de 2011

Carnaval

" A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a idéia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" do grego significa carne e "valles" significa prazeres. " (fonte: Wikipedia)

Carnaval na Idade Média

Para muitos, o período de carnaval é como se fosse o momento do ano para "colocar os bixos pra fora", onde tudo é permitido, sem pudores, sem censura.
Passam o ano todo se policiando, deixando de fazer o que querem e acham que alguns dias de 'loucuras' não terá grandes consequências.
Muitos divertem-se sadia e equilibradamente, apenas usando o momento para abolir as preocupações e afastarem-se das obrigações e responsabilidades diárias nem que seja por uns poucos dias.
Outros, porém, cometem todo o tipo de desvarios, comprometendo-se e às vezes levando outros de roldão em atos de imprudência, selvageria, colocando em risco sua integridade, às vezes a vida.
Parece que na mente e no íntimo dessas pessoas, ocorre uma espécie de desbloqueio, e todas as barreiras morais e sociais se neutralizam, e elas entram em clima de “vale tudo”, como se fosse uma compensação pelo “comportamento exemplar de todo o resto do ano”. Alegam que “merecem” ser felizes por um dia e caem na folia.
Tentar resolver ou esquecer os problemas pessoais durante os dias de folia carnavalesca, pode ser o pior caminho que alguém possa tomar.


Pois o carnaval, que parece na sua manifestação física como explosões de cores e alegria, traz a beleza descompromissada, mas ocorre que não há equilíbrio nas forças emocionais e passionais que estão libertas, ricocheteando no ambiente uma energia sem ajustes e sem limites, onde no meio das quais estão à espreita outros com as piores intenções, que absorvem avidamente essas energias, vampirizando intensamente os foliões invigilantes.
São portais que se abrem em regiões profundas e obscuras, deixando passar entidades vingativas, perversas, artífices na arte do ilusionismo, mostrando para os incautos que se “divertem”, situações de êxtase, realizações, todo tipo de engodo auxiliado pelas drogas, pelo álcool, pela sexualidade exacerbada, de modo a aprisionarem facilmente quantos estejam a descoberto de sua proteção, inseguros de seus projetos de vida, desequilibrados emocionalmente, esvaziados de verdadeiros sentimentos, minados por angústias e rancores mal resolvidos.

Não existe acaso, e a Ordem e a Lei nunca se cumpre injustamente. Não há que se ter medo do carnaval e o posterior período da Quaresma. Em diferentes pontos do planeta, desde o início dos tempos, há periodicamente estes bolsões a sugarem aqueles que precisam ser acordados e sacudidos diante as Verdades, ou o resgate daqueles que abusaram da fé de outros, negociaram com o destino que não lhes pertencia, que esqueceram valores como respeito, amizade, cortesia.
Este texto não quer mostrar conceitos de falso moralismo, de ostentação de um comportamento sisudo e sombrio.

O Carnaval para o religioso, não só o umbandista, deveria ser um momento de reflexão. Repensar os verdadeiros valores, observar que nada é tão precioso como os relacionamentos puros e sinceros, que se fortalecem ao passar dos anos e se renovam em meio a crises.
Pode perfeitamente ser um momento de descanso e descontração do físico, sair um pouco da rotina pesada de trabalho, estudo, numa oportunidade de maior interação com a família e amigos, na meditação saudável sobre planos, resolução de metas, construção de sonhos.


Na época de carnaval, quem está alcançável em Terra são os Exus de Lei, os Exus guardiões, que patrulham a crosta brasileira, como o fazem em outras ocasiões em vários momentos no mundo. O pensamento excessivamente libertino que permeia a ambiência prejudica o equilíbrio, atrai espíritos vingativos, malévolos, vampirescos.

Então, meus amigos, vamos aproveitar este período da melhor forma, seja descansando, seja participando dos fesejos, sempre 'orando e vigiando'.

(baseado em texto de Alex de Oxossi - http://povodearuanda.wordpress.com/)