Por Cândida Camini
" Nasceu uma menina pequena, de saúde frágil.
Filha única do Sinhô e da Sinhá, donos de uma fazenda de café, na Bahia.
O médico dizia que tinha o coração fraco, que inspirava cuidados.
Tinha febres intermitentes, com muita frequência.
Para fortalecer a Sinhazinha, foi chamada uma Negra robusta, de seios fartos, que tinha acabado de parir, para ser sua ama de leite.
A Sinhá fazia de um tudo por aquela menina, que recebera o nome de Maria Benvinda.
Quando tinha cerca de dois anos, sempre que o Sinhô não estava em casa, ela permitia que a Bá levassea menina para brincar com os filhos dos escravos, no terreiro em frente à Senzala.
E como ela ficava feliz! Voltava para casa com as faces coradas e um sorriso de orelha a orelha, que deixava a Sinhá esperançosa quanto à saúde da pequena.
Mas logo a febre voltava, e ela se abatia.
No aniversário de 3 anos, embora fosse convidados os fazendeiros da região que vieram com seus filhos pequenos, Benvinda queria a presença de seus amigos negros.
Mas seu pai não permitiu. Afinal, o que seus amigos iriam pensar?
Ela não compreendia porquê seus amigos não podiam estar com ela neste dia.
E logo a tristeza chegou, a febre voltou, e Maria Benvinda se abateu.
Não queria saber de brincadeiras, nem de doces, nem de bolo.
O médico que cuidava dela e que estava presente na festa, atestou que nada podia ser feito.
A Bá então lembrou de um negro de uma fazenda vizinha, que era conhecido por seu poder de cura.
O Sinhô mandou buscá-lo às pressas e quando o Negro Joaquim chegou, pôde ver que a menina já tinha sua alma sendo desligada de seu corpinho frágil. Era chegada sua hora.
Antes que ela partisse, ainda pôde benzê-la com suas ervas e, assim que desencarnou, acolheu seu espírito em seus braços.
Maria Benvinda abriu os olhos do espírito e sorriu para o Negro Joaquim, antes de fechar os olhos novamente e ser levada pela equipe espiritual que assitia ao seu desencarne.
Mais tarde, quando o Negro Joaquim também desencarnou, encontraram-se no Astral e hoje Maria Benvinda trabalha no Terreiro de Pai Joaquim de Cambinda ( o mesmo Negro Joaquim que a acolheu no dia do seu desencarne ), na falange de Cosme e Damião, com o nome de Mariazinha.
Mas todos a conhecem por Marsh (de marschmallow), já que a primeira vez que chegou no Terreiro, deslumbrou-se com este doce e, como ainda não sabiam seu nome, a chamaram de Marsh. "
Só tenho a agradecer por tudo que tenho recebido desta criança linda que é a Mariazinha Marshmallow, com nome e sobrenome, como ela mesma diz rsrsrs
Salve a Falange de Cosme e Damião!
Saravá, Umbanda!
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