Esta série de artigos que nomeei 'Quando o coração fala' é um espaço aberto a todos que quiserem compartilhar suas experiências, emoções, encontros, enfim, abrir o coração no que se refere a nossa Casa Pai Joaquim de Cambinda.
E quem abre seu coração agora é a Grazi, médium do Terreiro desde 2014.
" Eu sou médium.
É, eu tenho o dom de ver, ouvir e me comunicar com o espiritual.
É, eu incorporo, bato cabeça, me desdobro.
É, eu uso branco, uso guias no pescoço, peço Agô.
É, eu trabalho com Preto Velho, com Caboclo, Com Cigano, com Oriental, com Cosme...ah, sim, com Exu e Pomba Gira também e não, eles não são demônios.
É, eu pratico a caridade, o amor ao próximo, o amor a mim mesma.
É, eu sou uma médium de Umbanda...
Mas eu ainda sou humana e sofro e amo e choro e sorrio e sinto...e como sinto...
Aprendi e confesso, ainda estou aprendendo que tudo acontece na hora certa (na hora de Deus).
Sou médium...mas sei que isso não me torna melhor que ninguém, apenas mais humana.
Sim, tenho problemas, dores, mágoas, mas estou aprendendo a deixar essas dores, esses medos, passarem com o tempo.
Não entro no Terreiro pensando em uma troca, do tipo "eu tô aqui, então vocês tem que me curar", ah, não.
Sei que tudo que passei e passo tem um porquê e que tenho que passar.
E que com o meu devido merecimento irei receber o que preciso receber.
O que eu preciso, não o que eu quero.
Sim, sou médium. Não faço trabalho, despacho, oferenda (respeito quem faz), mas acredito que a minha melhor oferenda aos meus protetores é a minha fé, a minha dedicação e o meu amor.
Eu amo o que eu faço, amo meu Terreiro e amo quem me guia.
É gratidão que fala?
Então isso tenho de sobra, pela Umbanda ter me acolhido com todo amor possível.
Por ser meu pilar quando as coisas parecem impossíveis, quando acho que não tenho saída.
É sim, sou médium, mas nem por isso sou perfeita, nem melhor.
Sou humana, sou falha, aprendendo a fazer diferente, evoluindo e me reconstruindo.
Saravá, Umbanda! "
Graziane -Médium da Casa Pai Joaquim de Cambinda
Só vi emoção em cada palavra. Tocou fundo no meu coração. Como é bom viver tudo isso que tu relatou. Melhor que isso é acompanhar as transformações humanas.
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