Por Cândida Camini
Todos!!!
OXALÁ traz a paz e a promessa de novos tempos, de consciência dos valores humanos e a harmonia entre as pessoas.
OGUM é o grande soldado, vencedor das demandas e que vai na frente, abrindo os caminhos.
XANGÔ faz valer a justiça Divina, quem deve paga e quem merece recebe
OXUM é a dona do ouro e do amor.
IANSÃ, a Senhora dos Ventos, movimenta tudo, promovendo as mudanças.
IEMANJÁ envolve as famílias com seu manto de puro amor.
OXÓSSI é o grande caçador, representa a fartura.
BARÁ é o comandante do Povo da Rua (Exus e Pombas Giras), rege os assuntos da matéria.
E tantos outros, cultuados em outras vertentes Umbandistas, rica em sua diversidade de cultos.
Tudo é energia e, claro, a energia que rege o ano é a que predomina.
Mas se cada um interpreta de um jeito e elege um Orixá diferente para a regência do ano, como é que fica?
Fica como cada um sente dentro de si.
Fica do jeito que a casa em que você trabalha ou frequenta, estabelece, baseada em seus fundamentos, suas crenças e suas práticas.
Para nós, da Casa Pai Joaquim de Cambinda, o ano de 2014 estará sob a regência de Iansã, pois inicia numa quarta-feira que, para nós, é dia de Iansã.
E Iansã, representa o movimento, as mudanças. Isto posto, principalmente para quem está parado a algum tempo, pensando se vai ou se fica, é hora de arregaçar as mangas e arriscar.
Junto com ela, Xangô, Orixá regente do ano que finda. Senhor da Justiça Divina, fazendo valer a Lei Maior.
As cores também variam muito, conforme a região do país.
Aqui no Sul, as cores de Iansã são o vermelho e branco, então tá valendo usar estas cores nas roupas e até na decoração da ceia de ano novo, para já entrar o ano vibrando na energia desta Grande Mãe da Umbanda.
Epahei, Iansã!
Que seu raio ilumine nosso caminho neste ano que inicia e que seus ventos levem prá bem longe as energias negativas e tragam a força da sua espada, nos protegendo e nos guiando, sempre!
Kaô , Xangô!
Que sua machada promova a justiça divina em nossas vidas, nos protegendo das injustiças e nos dando sabedoria e resignação para entender a sua ação!
Que venha 2014, cheio de energia e muita fé!
Feliz Ano Novo!!!!
AVISO IMPORTANTE:
* Nossa casa fica em Porto Alegre (RS), Av. 21 de Abril, 1385, Vila Elizabeth, Bairro Sarandi.
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Feliz Natal!
Neste Natal, deixo prá vocês a energia maravilhosa de Mãe Maria, grávida de Jesus e tudo que ela pode simbolizar: amor incondicional, resignação, paz, alegria e o desejo infinito de servir ao Criador, sendo o veículo que proporciona a chegada do Mestre junto a nós.
Assim como Ela, sem termos de comparação, é claro, tentamos de todas as formas que nos são possíveis, levar um pouquinho dEle a cada um.
Embora esta data tenha sido por demais se transformado em comércio, não esqueçamos que mais importante que os presentes, que a comida, é o que este dia significa.
Um minuto apenas de oração, por todos aqueles que não tem a mesma oportunidade de ter uma mesa farta e uma árvore cheia de presentes, mas que possam ter Jesus no coração e cada vez mais compreender o que ele veio fazer entre nós.
Feliz Natal!
Ricardo e Cândida
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Dia da Consciência Negra, por que não?
Esta semana tenho acompanhado algumas postagens nas redes sociais, manifestando-se contra o Dia da Consciência Negra.
Discordo.
Em um país onde ainda existe o preconceito racial, embora disfarçado e por vezes bem declarado, precisamos sim chamar a atenção para a importância de Zumbi dos Palmares e da raça negra na história do Povo Brasileiro.
Aqui mesmo, no Blog, no link
http://casapaijoaquimdecambinda.blogspot.com.br/2011/11/dia-da-consciencia-negra.html
você encontra o texto que publiquei em 2011 falando sobre isso.
Discordo.
Em um país onde ainda existe o preconceito racial, embora disfarçado e por vezes bem declarado, precisamos sim chamar a atenção para a importância de Zumbi dos Palmares e da raça negra na história do Povo Brasileiro.
Aqui mesmo, no Blog, no link
http://casapaijoaquimdecambinda.blogspot.com.br/2011/11/dia-da-consciencia-negra.html
você encontra o texto que publiquei em 2011 falando sobre isso.
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Cristais
Por Cândida Camini
São os espíritos que integram a Linha do Oriente, o Povo Cigano, os Magos.
HEMATITA - aumenta o magnetismo pessoal, traz otimismo e força de vontade e protege contra energias negativas. Influencia todo o sistema circulatório e tem ótimos efeitos na eliminação de impurezas e gorduras do sangue. Favorece os rins.
Está provado cientificamente que os cristais são condutores, amplificadores e transmutadores de energia, sendo utilizados também como fonte de registro de informações devido à grande capacidade de armazenar dados.
É possível programar um cristal para um problema específico de uma pessoa, podendo ser utilizado na cabeceira da cama, na mesa de trabalho e até mesmo como uma jóia (um pingente, um anel). No caso de usá-lo como jóia, não deve ser furado, deve ser colocado dentro de um tipo de garra onde fique pendurado sem furar e afetar a estrutura molecular com que se organizou.
Outras possibilidades de utilização dos cristais são os elixires, os banhos e a energização de ambientes.
Todo cristal deve ser limpo antes de começar a usá-lo. O cristal armazena dados e deve ser zerado antes do uso.
Deixar 24 horas em água e sal e depois expor ao Sol pelo menos durante 1 hora.
Existem métodos mais específicos para limpeza profunda, como deixar o cristal enterrado por 7 dias, depois mantê-lo submerso em água limpa por duas horas e por último expô-lo ao sol por pelo menos 10 minutos.
Um cristal pode ainda ser consagrado, de forma que sirva apenas aos propósitos da luz, não podendo nunca ser utilizado para prejudicar alguém.
Basta navegar por sites confiáveis da internet para encontrar muita informação boa sobre o assunto.
Mas o objetivo deste texto é chamar a atenção de vocês para esta ferramenta preciosa com a qual a Mãe Natureza nos brinda .
Tanto a programação, quanto a limpeza e a consagração dos cristais podem ser feitas por qualquer pessoa com propósitos no bem e que adquira este conhecimento, porém, se você tem fé e confia nos mentores que trabalham na espiritualidade com estes elementos, porque não confiar a eles este processo?
E quando um mentor utilizar um cristal no seu atendimento ou aconselhá-lo quanto a utilização de um, pessoal, você saberá exatamente do que ele está falando.
Da mesma forma os médiuns, cujos mentores trabalham com cristais.
Conhecer o método e as ferramentas de trabalho de seus mentores torna o trabalho mais rápido e eficiente, sem bloqueios e inseguranças.
Alguns cristais e seus benefícios:
ÁGATA - encontrada em várias tonalidades, a ágata musgosa, a mais comum, alivia a depressão, tonifica e revigora o corpo físico. A azul traz paz e felicidade e alivia o estresse. De um modo geral, a ágata é muito benéfica ao sistema digestivo.
ÁGUA-MARINHA - aumenta o poder psíquico, suaviza problemas emocionais, reduz temores e alegra os relacionamentos humanos. Ajuda a desenvolver a tolerância e a paciência. Fortalece os órgãos purificadores do organismo, como o fígado, o baço e os rins.
AMETISTA - transmuta energia negativa em positiva, eleva o espírito, resgata a auto-estima. Ajuda a vencer vícios.
QUARTZO ROSA - essa pedra é indicada para atrair compreensão e favorecer sentimentos de amor, justiça e fraternidade. Ela equilibra as emoções e serve como um escudo contra energias negativas. Beneficia o coração e o sistema sanguíneo. Aplique-a diretamente sobre o chakra cardíaco.
QUARTZO VERDE - para saúde em geral, age como regenerador celular.
A Ametista, por ser um cristal que emite energias de transmutação com o mundo espiritual, pode ser usado em qualquer caso mesmo quando não se tiver o cristal adequado para o tratamento desejado, pois ele emana vibrações que atenuam e até eliminam a dor, ajudando também a expulsar o mal. Ela é considerada a Principal Pedra de Cura, tanto pela sua cor violeta quanto pelo seu componente mineral e atômico, pode e deve ser adicionado como complemento juntamente com todas as outras pedras nos tratamentos acima descritos por seu alto poder de cura.
Para finalizar, ressalto a importância do cuidado no uso dos cristais pois, como qualquer 'remédio', seja alopata ou natural, pode ter suas contra-indicações.
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Nossa Sª Aparecida e os Pretos Velhos
Eu sei, eu sei que o dia já passou, mas sempre é tempo de falar de fé.
Não sou uma especialista em história, mas ouvi/li por aí e achei bem interessante.
Lá pelos idos de 1717, no Vale do Paraíba, SP, alguns pescadores ao puxar a rede só conseguiram 'pescar' o corpo de uma imagem de Nossa Senhora. Ao lançar e puxar a rede novamente, 'pescaram' a cabeça da imagem.
Na época era costume jogarem ao rio as imagens quebradas.
Era uma imagem de argila e, pelo ação do tempo e da água, bastante escurecida.
Os negros da época, cansados de ouvir dos brancos que negro não tinha alma, consideraram o achado da imagem de uma Nª Senhora negra, uma mensagem de Deus, para afirmar a todos que os negros tem alma sim.
E a Santa foi batizada de Nossa Senhor Aparecida e levada para a casa de um dos pescadores, até que por volta de 1734 o vigário de Guaratinguetá, SP, construiu uma capela, aberta à visitação pública.
No final de 1888, a Princesa Isabel visitou a basílica e ofertou à Santa, como pagamento de uma promessa, uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com um manto azul, ricamente adornado.
Em 1904 a imagem foi coroada e adornada com a coroa e o manto presenteados pela Princesa e, em 16 de julho de 1930, foi proclamada Rainha do Brasil e sua Padroeira, por decreto do Papa Pio XI.
No último sábado pela manhã, dia 12 de outubro, dia de Nª Sª Aparecida, ao ver no facebook uma postagem sobre ela, pensei que seria interessante iniciar nossa Gira de Pretos Velhos naquele dia contando esta história e começarmos os trabalhos ao som da música 'Nossa Senhora', de Roberto Carlos.
Foi uma emoção muito grande ao sentirmos toda esta energia antes, durante e ao final dos trabalhos.
Salve Nossa Senhora da Aparecida!
Não sou uma especialista em história, mas ouvi/li por aí e achei bem interessante.
Lá pelos idos de 1717, no Vale do Paraíba, SP, alguns pescadores ao puxar a rede só conseguiram 'pescar' o corpo de uma imagem de Nossa Senhora. Ao lançar e puxar a rede novamente, 'pescaram' a cabeça da imagem.
Na época era costume jogarem ao rio as imagens quebradas.
Era uma imagem de argila e, pelo ação do tempo e da água, bastante escurecida.
Os negros da época, cansados de ouvir dos brancos que negro não tinha alma, consideraram o achado da imagem de uma Nª Senhora negra, uma mensagem de Deus, para afirmar a todos que os negros tem alma sim.
E a Santa foi batizada de Nossa Senhor Aparecida e levada para a casa de um dos pescadores, até que por volta de 1734 o vigário de Guaratinguetá, SP, construiu uma capela, aberta à visitação pública.
No final de 1888, a Princesa Isabel visitou a basílica e ofertou à Santa, como pagamento de uma promessa, uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com um manto azul, ricamente adornado.
Em 1904 a imagem foi coroada e adornada com a coroa e o manto presenteados pela Princesa e, em 16 de julho de 1930, foi proclamada Rainha do Brasil e sua Padroeira, por decreto do Papa Pio XI.
No último sábado pela manhã, dia 12 de outubro, dia de Nª Sª Aparecida, ao ver no facebook uma postagem sobre ela, pensei que seria interessante iniciar nossa Gira de Pretos Velhos naquele dia contando esta história e começarmos os trabalhos ao som da música 'Nossa Senhora', de Roberto Carlos.
Foi uma emoção muito grande ao sentirmos toda esta energia antes, durante e ao final dos trabalhos.
Salve Nossa Senhora da Aparecida!
domingo, 13 de outubro de 2013
Salve, Salve essa Nega - A História Continua - Última Parte
A chegada à Casa de Pai Joaquim de Cambinda
Fiquei feliz, não questionei, algo me acalmava e me conduzia
até aquela Casa estranha e diferente. O que me esperava lá? O que poderia ser
diferente das demais?
Aguardava ansioso para que chegasse o sábado e fôssemos à Casa do PJ, para
conhecer. Com toda a racionalidade que achava que ainda tinha, não questionava nada do que ela me falava.
Chegou o esperado Sábado e fomos juntos para o atendimento. Na
assistência, enquanto aguardávamos, comecei a ouvir várias músicas da Umbanda,
que eu já conhecia muito. De repente, no meio de todas as músicas, começa a tocar Dona
Cila.
Mesmo ouvindo mentalmente todos os dias, tocada ali no
templo, foi mais um oceano de emoções. Após ouvir fui para o atendimento e,
ainda muito emocionado pelas palavras da médium que me atendeu e pela música,
ouvi pela primeira vez, na “Casa do PJ”, a Voz que tanto procurava. Ela sempre
esteve ali comigo, mas puder ouvir, pela primeira vez, a Voz do meu coração. Não
consegui para de chorar, foi muita emoção, principalmente quando o Preto
Velho me transmitiu um recado: tem duas
mensagens para o filho..
Ele pede um médium de passagem para auxiliar e começo a ouvir
uma mensagem que me emociona mais ainda. A mensagem era da minha mãe. Precisava
muito ouvir aquela mensagem, ali realmente ouvi a frase da música da Maria
Gadu, Dona Cila: “ o apego não quer ir embora, diacho ele tem que querer”. E a música começa a tocar durante o atendimento,
tornando ainda mais bela as mensagens recebidas naquela Casa. Daquele momento em diante, consigo libertar
minha Mãe de todo o sofrimento da sua passagem. Fui muito ajudado, mas ouvi as
palavras e “vi” sua imagem.
Achando que já estava tudo pronto naquele dia , o Preto Velho avisa: “Tem mais uma pessoa que quer
falar contigo, mas agora eu vou dar a passagem”.
E começa mais uma emoção indescritível. O espírito que estava
ali era familiar, me abraçava muito e me dizia: "obrigado por ter vindo,
obrigado por ter chegado aqui, tu não imagina a felicidade que tu estás me transmitindo
por ter chegado aqui".
" Foi a Márcia que me
trouxe, ela é a responsável " - consegui dizer, em meio à surpresa e à emoção.
E ela: " Sei de tudo, mas terás muitas surpresas nesta casa. Tu
sabes quem eu sou? "
E respondi, chorando muito: " Sim sei, a senhora é a minha vó! "
Ela me abraçava e eu
não tinha vontade alguma de sair dali.
Terminamos o atendimento extasiados, porém tentando ainda
ser racional, tentando entender como ela havia me encontrado através da Casa
Pai Joaquim de Cambinda.
Começamos, imediatamente, a frequentar todas as reuniões
possíveis, festas e aguardávamos ansiosamente pelos encontros de sábado.
Fomos no próximo sábado e recebemos o atendimento separadamente.
Na saída do atendimento a Márcia me chamou, chorando muito, dizendo o seguinte:
" É a tua vó, ela me
disse muitas coisas lindas, mas quer falar contigo ".
Novamente já sentei chorando, fui muito abraçado e senti o
carinho. Se havia alguma dúvida, ali era totalmente dissipada. Ela me dizia que
nem sempre estaria ali, mas viria algumas vezes até que recebesse autorização
para trabalhar naquela casa. Ela começou a responder todas as minhas perguntas,
desde a minha infância, que somente eu e ela sabíamos, era nosso código de
confiança. Nunca havia falado das minhas angústias, desde a sua morte, com
ninguém. Guardei a dor por 42 anos.
Eu pensava: " está tão bom, não quero que acabe nunca nosso
contato ", mas sabia que ela tinha que ir, seu tempo era limitado, sua presença
era apenas para acalmar meu coração e reafirmar que nunca havia me abandonado, mesmo
após a sua morte , quando eu tinha apenas 10 anos de vida, até meus momentos de
perigo, de dor, e de alegria.
Nunca pode se aproximar antes, mas me acompanhava de muito
perto, e falou das minhas intuições, que muitas vezes era ela quem respondia
meus pedidos.
Começamos então uma jornada assídua na maravilhosa Casa do
PJ, como é carinhosamente chamada por todos, passando por diversos
atendimentos, até que mais uma vez, após 1 mês, num sábado à tarde, a música
toca no meu atendimento. Eu penso nela e o Preto Velho me avisa que ela estava
ali para me dar um abraço.
Começamos a conversar e ela me diz: " agora posso te revelar,
vou trabalhar na Casa, com esta música que tu ouviu. Sempre que precisar,
lembra da música que estarei por perto. "
Eu falei: " Sempre pensei na música pensando na senhora, que
incrível , e agora aqui estou realizando o que sempre busquei na minha vida. "
Nossos encontros continuaram, as mensagens também. Adorávamos
a Casa e a frequentávamos religiosamente, com muitas descobertas. A família
também passou a frequentar junto, todos os meus filhos e minhas Tias, para
minha alegria e a família da Márcia.
Eis que numa segunda-feira chuvosa, acordo pensando muito na
minha Vó e ligo para marcar a consulta para o sábado. Como já era tarde,
acreditei que não daria mais tempo para marcar para a própria segunda-feira.
Consigo ainda marcar para a segunda-feira e vamos para lá no mesmo horário, às 19
horas.
Aquele dia estava sendo muito especial, estava pensando desde
a manhã na minha Vó e queria entender o motivo de tais pensamentos. Sou chamado
para ser atendido e, no meu íntimo, vou pensando: hoje vou conseguir falar com
ela novamente, ela virá, hoje vamos manter contato.
Quando começou o atendimento, sou recebido com aquela ternura, aquele amor que
posso afirmar: é um amor imenso, tão intenso que é indescritível e impronunciável.
Choramos muito, eu e ela, quando ela me diz: eu precisava
falar para ti primeiro , quem eu sou.
![]() |
Vó Mariana |
Eu te esperava hoje aqui, se tu não viesse eu ia te buscar.
Vou te revelar o nome com o qual vou trabalhar aqui na Casa, depois tu explica
para eles quem eu sou: Meu nome de
trabalho será Vó Mariana.
Conversamos muito sobre tudo e sobre todos, ela me abraçando,
dizendo de toda sua experiência e eu, sem nenhum lado racional mais fluindo
sobre meus pensamentos, sendo somente emoção, aproveitando cada segundo, cada
palavra dita, cada oportunidade de conviver com ela.
Ela agradeceu muito à Márcia por ter começado os contatos, por
ter servido de link, por ter fé , mesmo sem ver nada, simplesmente ter seguido
o que ouvia, sem duvidar.
Finalmente havia chegado o dia das revelações. Nunca havia
frequentado um lugar com tamanha energia, com tamanha força. Se existia alguma
dúvida, ela havia sido dissipada com todos os acontecimentos.
Agradeci muito a Deus por me conceder uma nova chance na
vida, por me dar a ficha dois, por me abençoar em todos os momentos.
Mas ainda não havia acabado.
No último sábado, para concluir a história, ou para iniciar a
história, mantive contato com um Preto Velho, que foi a origem de todas as
nossas idas à Casa PJ.
As revelações foram emocionantes, mesmo tendo recebido
diversas informações através da Vó Mariana, o Preto Velho aprofundou bem mais
do eu esperava e foi direto ao ponto. Revelou minha verdadeira missão, e simplesmente,
respondi: “ Estou pronto.”
O Preto falou direto com meu coração, ouvi o som do meu
coração mais intenso do que das outras vezes, e percebi que ele sempre falou comigo. Eu
estava embrutecido pelas dores físicas que nos adormecem na jornada da vida. Não
imaginava que conseguiria encontrar todas as respostas, rapidamente, num só
lugar.
Eu pensava que conhecia a Verdade, agora eu sei e posso
afirmar: Conhecereis a verdade e a verdade Vos Libertará.
O texto tem como intuito, externar nossa gratidão pela acolhida, nossa gratidão aos Dirigentes
e Irmãos da Casa Pai Joaquim de Cambinda.
Certa vez li um artigo sobre os Hindus onde eles afirmavam
que Deus sempre diz sim. Nós, humanos é que
pedimos , na maioria das vezes, com erro.
Consegui chegar na porta, bater três vezes e entrar. Agora sinto
que realmente começo a verdadeira caminhada e pretendo participar dela
plenamente.
“Pedi e vos será dado, batei e abrir-se-vos-á!!!
Obrigado Meu Deus!!!
Obrigado Pai Joaquim!!!
Obrigado Vó Mariana!!!
Obrigado Pai José!!!
Obrigado Pai Miguel!!!
Obrigado Pai Benedito!!!
Obrigado Vó Maria Redonda!!!
Obrigado Cândida e Ricardo!!!
Obrigado Márcia, por sempre acreditar e não me deixar cair,
mesmo diante da maior adversidade. Tua postura foi mais uma vez
imprescindível para que hoje estivéssemos iniciando esta nova jornada.
Que
bom que começamos juntos. !!!
Texto de Carlos Eduardo Gomes Sérgio
sábado, 12 de outubro de 2013
Salve, Salve essa Nega - A História Continua - Parte II
O que veio depois...
A cirurgia havia sido um sucesso, mas algo estava diferente
no meu despertar, dentro da UTI.
No início, achava que eram efeitos dos anestésicos, porém com
o passar do tempo, as visões foram se
intensificando. Juntamente comecei a ouvir muitas vozes, gritos, urros, gemidos
e sons bem baixos.
A todo instante era despertado por gritos e as visões não
paravam. Não sei quantas noites consegui dormir, sonhava acordado.
O mais incrível é que estava muito feliz , reaprendendo
a viver, a respirar como uma criança pequena.
Saí do hospital rapidamente pós-cirurgia, tendo ficado
somente 4 dias. Fiquei tão cheio de energia que comecei a fazer exercícios,
chegando a caminhar, diariamente, 6Km. A
família ficou tão motivada que passou a me acompanhar diariamente nas
caminhadas. Todos os filhos e esposa. Passados 48 dias após a cirurgia,
estávamos participando de uma Caminhada da Longevidade.
Ainda na fase de recuperação, fui convidado
a viajar para Portugal. Adiei ao máximo, porém quando completou seis meses, com
as devidas autorizações médicas, iniciei minha jornada novamente.
A viagem me trouxe muitas lembranças, muitos contatos e uma
impressão fixou-se na minha mente:
“Já estive aqui, tudo é tão familiar”.
Curiosamente, tudo fluiu em Portugal, como se eu fosse “português”
e conhecesse a todos. Ouvia muitas críticas antes de viajar referente ao acolhimento dos portugueses, mas no meu
caso e da minha família, só temos elogios, pois nos receberam muito bem e nos
abriram fronteiras inimagináveis.
Nos períodos em que viajava, meu contato com minha família
era pela internet, onde ficávamos as vezes mais de duas horas conversando e
ponderando sobre tudo o que estava ocorrendo. Sonhava muito com minha mãe e
continuava ouvindo algumas vozes aliadas a algumas visões muito estranhas, porém
sentia que elas já estavam entranhadas na minha vida. Citando Fernando Pessoa: “ O estranho que entranha ”.
Voltei ao Brasil, busquei a Márcia e a Duda, e voltamos para
Portugal para um período de negócios e passeios. Nossa viagem é uma história a
parte, diante das coincidências que encontramos juntos. Era sempre como se já
estivéssemos estado lá juntos. Com certeza farão parte de outra narrativa, pois
tem tudo a ver com nossa ligação com o Povo Cigano.
O retorno a Portugal
Em janeiro deste ano, retorno sozinho a Portugal para
realizar um negócio e, chegando lá, nada do que fui fazer acontece.
Começo a ficar muito mal de saúde, porém nos contatos diários
com a Márcia, no Brasil, ela começa a me transmitir mensagens , sobre o que ela
ouvia. Estava muito enfraquecido, peguei um resfriado que virou gripe, afetou
minha imunidade e dificultou ainda mais minha vida. Diferente de tudo o que
havia ocorrido antes, desta vez tudo estava “errado”, as pessoas que apareciam
agora não eram tão afáveis como as de antes. Fui ficando deprimido. O tempo
estava se esgotando e nada acontecia, minha saúde se debilitava cada dia mais.
Estava fechado e não queria acreditar que meus problemas eram
decorrentes de “algo” espiritual. Acreditava que tudo era culpa minha e de que
não deveria ter confiado tanto nas pessoas. Não tinha mais a “música”, ou não
queria ouvir a voz do meu coração.
O estranho era que a Márcia foi me “catequizando” com as
mensagens, e isso melhorava um pouco num dia, mas no outro afundava novamente.
Um certo dia ela iniciou com uma conversa estranha, de que eu deveria
voltar para minha infância, e relembrar tudo, que tudo estava na minha mente. Eu
questionava: Tudo o quê?
Milagrosamente, de tanto ela insistir, eu respondo: minha
infância só tem uma ligação importante, a minha Amada Vó.
![]() |
Vó Idulcina |
Imediatamente , como num passe de mágica, começo a relembrar
minha ligação com a minha Vó Idulcina. Desde os primeiros passos na Escola, nas vezes
que sentávamos juntos para jogar Canastra, nos sábios conselhos. Na medida em
que viajava, mergulhava nas Festas Religiosas relembrando como ela ficava linda
ao incorporar O Pai Oxalá.
Pronto, estava restabelecida a ligação. Mesmo
inconscientemente, eu havia despertado minha ligação com meu passado. Não foi
um exercício fácil e, mais uma vez, por algo que não conseguia ainda explicar, começo
a receber uma carga de energia incrível e revitalizadora.
Além de voltar a praticar meus exercícios diários, recomeço a
ouvir, mentalmente, a
música da D. Cila. Agora consigo ouvir , frase por frase, e começo a distinguir
a riqueza da música. Começo a ligar a música as memórias de minha Vó e Mãe. Engraçado
que a música aparece no facebook, no avião, nas rádios, na internet. No mesmo
período, todos os negócios que antes não estavam finalizando, começam a fluir.
Fui melhorando de saúde e a Márcia, num sábado pela manhã,
corta a conversa e me avisa: hoje vou ter que sair mais cedo, tenho um
compromisso a tarde, quando voltar falamos.
Não questionei nada, nem onde ela ia e nem o que iria fazer.
Mas junto com sua ida ao local que parecia bom, mesmo sem saber, a música da Dona Cila ficou intensa na minha
mente. Fui invadido por uma onda de otimismo e comecei a pensar que tudo seria
resolvido.
Imediatamente agradeci a minha vó, pois achava que de uma
maneira ou outra, ela estava ali, ao meu lado, me ajudando.
Montando o “quebra- cabeças”...
Subitamente, tudo o que estava trancado destrancou e os
negócios começaram a andar. Recebi ligações naquela tarde para encontrar com
uma pessoa que aguardava desde que cheguei, onde começaríamos a fechar um dos
negócios que me dariam suporte para todos os demais.
Ao final do dia, Márcia chegou em casa e me ligou. Eu querendo
transmitir as notícias boas e ela querendo me contar a experiência que tinha
vivido, magicamente, naquela tarde de sábado.
Sempre questionava algumas casas que frequentávamos, e
surpreendentemente, quando ela começou a me contar sua experiência na Casa PJ (apelido carinhoso com o qual os médiuns se referem a esta Casa),
aceitei naturalmente, como se alguém estivesse intermediando nossa conversa através da internet. Tínhamos interlocutores espirituais dos dois lados, que
traduziam tudo, na melhor linguagem possível.
Mais uma vez, ouvia a “Voz do Coração”, ainda sem entender.
Ela me dizendo que estava maravilhada com a experiência, como
havia chegado na Casa PJ, sobre o livro Tambores de Angola, a descoberta do
blog escrito pela Cândida e as orientações que recebia.
Curiosamente, algumas
orientações que ela recebia eram pela internet, mas como seu computador havia
ficado em Portugal, a única opção era um pequeno celular, e isso, realmente,
foi uma façanha, pois a internet nunca funciona quando estamos no Brasil, e,
milagrosamente, conseguíamos falar no Skype e ela pesquisar o blog, na
Internet, simultaneamente.
Em nenhum momento ela me contou que havia ouvido a música da
Dona Cila, durante os trabalhos, mas nas conversas, com muito jeito, ela
começou a me transmitir os recados e o principal era o que ela já havia me dito:
“O Preto Velho te mandou um recado, pediu que tu relembrasse a tua infância,
tudo o que procura está lá, basta relembrar”.
Começava ali, tudo a fazer sentido, ao relembrar minha
infância restabelecia o vínculo com minha Vó e , ao mesmo tempo, era auxiliado
a entender e a me libertar da dor pela morte da minha Mãe. Inicia o processo, após longos e intermináveis
dois anos, da aceitação da sua partida, da libertação da dor pelo seu
sofrimento.
![]() |
Vó Cela - a mãe de Carlos |
Confesso que foram dois sentimentos conjuntos: um que me
energizava da cabeça aos pés, oriundo da minha Vó
e outro que inundava meu coração de amor, que era da minha Mãe.
Chorei muito, sozinho, num quarto do hotel, mas finalmente
começo a me despir da dor pela perda da
minha mãe.
Ao mesmo tempo, as perguntas que eu fazia, desde criança,
pela perda da minha Vó, diretamente a ela, começavam a ser respondidas, mesmo
sem eu ainda entender: Por que a senhora morreu quando eu mais precisava da
senhora? Por que eu sofri tanto na minha infância pela sua perda? Por que Deus
lhe escolheu num momento em que eu estava me desenvolvendo, progredindo na
escola, com 10 anos? A Senhora tinha um papel de Pai e Mãe, como eu faria tudo sozinho,
já que minha Mãe estava muito doente na época?
Pela primeira vez eu ouvia as respostas, mas ainda não
conseguia estabelecer ligação alguma com a visita da Márcia ao PJ. Acreditava
que era um pouco de loucura com o desejo de respostas, mas me fez muito bem,
aliviou uma dor no meu peito e me deu ânimo para concluir tudo.
Passados dois dias,
finalizo os negócios e consigo voltar ao Brasil no dia que que precisava voltar.
Após todos os abraços, na chegada, a Márcia me revela que havia sido avisada que no próximo sábado, eu e ela estaríamos juntos, entrando pelo portão da Casa
do PJ.
Continua....
Texto de Carlos Eduardo Gomes Sérgio
Salve, Salve essa Nega - A História Continua
Publiquei aqui mesmo no Blog a história da Márcia Souza, como chegou até nossa Casa, mesmo sem saber o endereço, e como a música da Maria Gadú, Dona Cila, que ela ouviu aqui numa gira de Preto Velho, a fez ter certeza que estava no lugar certo, na hora certa.
Agora publico a história do Carlos, marido dela, e sua relação de amor por esta Casa.
Ao receber o arquivo e perceber o tamanho do texto, pensei que precisava editá-lo, deixá-lo mais curto, ou talvez publicar só o início e um link para um arquivo virtual, onde quem quisesse lê-lo completo pudesse acessar.
Mas agora, ao lê-lo novamente, tenho a certeza de que tenho que publicá-lo inteiro aqui, porém em capítulos, como fiz com o texto da Márcia.
E, como nada é por acaso, estou publicando hoje, 12 de Outubro, dia de Nª Sª Aparecida.
Segue o primeiro capítulo, então:
Como “Dona Cila” entrou
nas nossas vidas...
Tudo começou com minha festa de 49 anos, idealizada para ser
uma preparação para a grande festa, no
ano seguinte, dos meus 50 anos. Estava
quase desistindo de fazer, quando conversando com minha mãe, que na época estava
muito bem, insistiu para realizar a festa programada.
Diante do seu pedido realizei a festa, porém jamais
imaginaria que seria a sua despedida. Ela
dançou muito, festejou com os convidados, invadiu a pista de dança,
pediu todas as músicas e acompanhou até o amanhecer. Não imaginaria que uma
semana, depois ela iniciaria um calvário de oito meses, passando por um coma, câncer e sua morte.
Com todos os meus estudos e minha preparação para vida que,
pretensamente, achava que tinha, não consegui aceitar seu sofrimento. Foram meses
de vivência dentro de um hospital, entre dias de esperança e de sofrimento.
Lembro bem que, num dia de felicidade, por ela ter saído do
coma, ao chegar em casa, fui surpreendido pela “música”, Dona
Cila. Ao ouvir aqueles versos o choro foi inevitável. Apenas para esclarecer, a
minha mãe tinha o apelido de Dona Cela. A Márcia publicou na internet a música
e avisou, quando cheguei em casa, após mais um dia de tensão: “achei uma música que parece muito com a tua
história e lembra bastante a tua mãe.”
Imediatamente, fui assistir ao vídeo, e a imagem que inundou
minha mente foi a da minha Vó. Sentia sua
presença, ouvia sua voz, era como se ela estivesse ali comigo, me confortando e
me preparando para o que viria. Queria chorar, mas não conseguia, ao ouvir a música, fui tomado de muita emoção e desabei.
A internet rapidamente se encarregou de compartilhar entre
todos os nossos amigos e familiares,
aquele momento especial. Todos passaram a visualizar a minha mãe ao ouvir a
música.
Minha mãe recobrou as forças e pediu para passar o Natal, Ano
Novo e as formaturas dos meus filhos, que ocorreriam na primeira semana de
janeiro, em casa. Foi sua despedida, do jeito
que gostava, com muita festa e toda família reunida.
Pelo amor ou pela dor...
Sempre fui um estudioso
da espiritualidade, tendo dedicado minha vida a leituras de muitas obras
e participado de instituições filosóficas. Encarei a vida com muita fé, porém,
com a doença da minha mãe, fracassei mentalmente, desejando de todo coração,
naquele momento, morrer no lugar dela.
Diante do meu desejo, sofri um infarto, num momento em que
estava completamente sozinho e, conforme os médicos me descreveram, fiquei
entre a vida e a morte.
Mesmo tendo desejando morrer, na hora da dor e da morte,
implorei e supliquei a Deus por mais uma oportunidade. Incrivelmente, naquele
momento, minha mente foi inundada, novamente, pela “música”, acalmando e
aliviando as dores “da pata do elefante” no meu peito. Foi o suficiente para
que eu fosse atendido por médicos que me restauraram a saúde.
Milagrosamente sobrevivi, com uma grave sequela no coração.
Recebi energia suficiente para acompanhar a despedida e o funeral da minha
Amada Mãe.
Era apenas o primeiro “round” de uma luta árdua que viria
pela frente, Após a recuperação do infarto, as dores haviam sumido
completamente, estava ansioso para retomar meu trabalho, pois nos oito meses em
que minha mãe esteve doente, havia abandonado tudo.
Quando me sentia pronto para voltar a minha rotina, eis que as
dores recomeçam e as crises passam a ser diárias. Os médicos haviam me
diagnosticado também com um quadro de asma e iniciado um tratamento
insuficiente e inadequado para o meu quadro clínico.
Intuitivamente, sabia que deveria procurar outro médico com
mais experiência. Foi o que fiz, numa manhã muito fria.
Encontrei um anjo de guarda, Dr. Alberto Monaiar, um
Cardiologista muito experiente, que juntamente com Deus, meus Mentores e
Protetores, salvaram minha vida. Imediatamente, após entrar no seu consultório,
foi logo me avisando: com dores tu não sairás do meu consultório, vamos
investigar tudo, porém te adianto que asma tu não tens e uma informação
importante: “coração dói sim”.
Exames feitos, fui encaminhado para cirurgia cardíaca na
Santa Casa, porém deveria aguardar em casa, sem fazer qualquer tipo de
esforço, até que surgisse uma vaga. Como tinha muita dificuldade para respirar,
só conseguia dormir sentado.
Um pássaro me trouxe a fé!
Sempre acreditei que sobreviveria, porém num dia especial,
tive a certeza.
Era Dia de Nossa Senhora Aparecida, 12 de Outubro, e
estávamos somente eu e meu filho Matheus, um dos meus companheiros de jornada, em
casa.
O Dia 12 de Outubro sempre me ligava a memória da minha Vó,
por ser o Dia das Crianças e também por representar o Dia em que ela havia se
despedido de todos, quando esteve no plano físico. Ela era muito
devota de Nsa. Sra. Aparecida.
Desde criança passei também a ser muito devoto na Nsa. Sra. Aparecida
e a renovar minha fé, com imensa devoção, no Dia 12 de Outubro.
Quando visitei o Santuário de Nsa. Sra. Aparecida, na Cidade
de Aparecida, pela primeira vez, consegui encontrar as explicações que buscava para entender o tamanho da minha devoção. Sempre renovava minha fé nesta data,
aguardava ansiosamente por este dia, parecia que recebia doses de energias
maravilhosas.
Confesso que no meu íntimo adorei que a cirurgia fosse
transferida, pois tinha a convicção que no “Dia de Nossa Senhora” seria
abençoado como sempre fora, todos os anos. Assim sendo, depois estaria melhor
preparado mentalmente para enfrentar a
cirurgia cardíaca.
Morávamos num dos bairros mais altos da cidade e nosso apartamento ficava no último andar. Um dos meus
“momentos mágicos” era olhar aquela vista linda, pela janela do meu quarto.
Precisamente neste dia, estava muito cansado pois já tinha
ido ao hospital todas as semanas e sempre retornava para casa para aguardar
leitos. Estava mal, com muita dor no peito e dificuldade para respirar.
Ainda aguardava o milagre do Dia 12 de Outubro. O dia estava
quase chegando no final e perguntava: ainda dá tempo para receber a benção do
dia, vou melhorar, vou reverter meu quadro, não posso morrer agora.
Naquele final de tarde, por volta de 17 horas, fui surpreendido por um imenso pássaro de cor
branca, que pousou na minha janela, prendeu suas imensas garras nas redes de
proteção e ficou alguns minutos me encarando. Quando chamei meu filho, para
testemunhar, ele rapidamente voou e foi embora. Meus olhos ficaram marejados.
Passado alguns minutos, ele retorna ao mesmo lugar e,
desta vez, consigo chamar meu filho para testemunhar. Ficamos admirando nosso
visitante, agora por uns 20 minutos. Ele um pouco incrédulo e eu tentando
segurar minha emoção.
Engraçado que falava
para o meu filho que o pássaro parecia não querer ir embora, parecia ter vindo
de tão longe. Sua atitude era de calma e tranquilidade, me encarando, abrindo
suas imensas asas e firmando suas garras na rede.
Depois de algum tempo ele foi embora, mas fiquei com uma
sensação de que ele voltaria. Observei que ele fez um voo para cima e
imediatamente imaginei que pousaria na área externa do apartamento.
Foi exatamente o que ele fez. Quando anoiteceu, ouvimos um
barulho na área externa e nos deparamos com uma cena inusitada: ele
havia feito um ninho num vaso de flores e se alojado dentro. Tentávamos nos
aproximar dele e suas asas imensas se abriam, não permitindo que o tocássemos.
A única autorizada a lidar com ele, era minha filha Eduarda, que levava farelo
de pães e água.
Me pus a pesquisar na internet a origem daquele pássaro e não
conseguia localizar nada. A única imagem que surgiu na minha mente foi a do Pássaro de Oxalá. Resolvi dar vazão as
imagens mentais e aprofundei minhas pesquisas, concluindo que as imagens
pesquisadas e o Pássaro “Amigo” eram iguais.
Imediatamente lembrei da minha Vó e do Pai Oxalá.
Quando ela estava vivendo no plano físico, era o Orixá que ela
trabalhava. Me recordava de todos os cânticos entoados nos encontros. Meu ânimo
ficou renovado, pois a presença do pássaro passou a ser um sinal de vida e
renovação. Entendi com um sinal de que realmente alguém lá em cima, gostava
muito de mim.
Mentalizava que ainda tinha uma missão a cumprir na vida ,
mesmo diante da incredulidade de alguns médicos, com relação ao sucesso da
cirurgia. Sempre ouvia uma voz “intuitiva” que me dizia: relaxa, fica calmo,
tudo será resolvido. No meu íntimo aliava a voz da intuição com as imagens da
minha Vó me amparando. Tinha a convicção de que os médicos
seriam auxiliados a realizarem a cirurgia com êxito.
Os médicos me perguntavam como eu estava? Se estava preparado
para morrer? (Ouvi de um psicólogo chamado para me dar assistência no Hospital)
Se estava preparado para um transplante? Eu sempre respondia: “Confio em Deus e confio nos senhores
médicos, que farão o que tiver que ser feito para que eu continue
minha jornada.
A história do pássaro juntou-se com a música, sendo que ela
nunca havia saído da minha mente. O que passei a reparar era que , naquela
semana, não me trazia mais lembranças da morte da minha mãe e sim estabelecia um elo de ligação com a alma da minha Vó.
O pássaro ganhou um capítulo especial na minha vida, relatei a história dele, ano passado, quando fez um
ano da minha cirurgia.
Ele foi a materialização de um desejo, simbolizou minha
vitória e minha responsabilidade futura, que somente depois viria a entender
melhor.
A Duda adorou sua
presença , interagia com ele diariamente. Alimentava e conversava com ele todos os dias. Um dia ela resolveu
dar um nome a ele e foi profunda na escolha, ela disse: “Pai ele é um anjo e seu nome é Ariel”.
Ariel, na hierarquia dos anjos, é um poderoso Anjo da
Natureza. Na época Eduarda tinha apenas
sete anos e estava muito nervosa com a cirurgia, chorava muito, mas me dava
força, falando que eu ia ficar bem, transmitindo mensagens de força e fé.
Imaginem minha emoção quando ela acredita na força do pássaro
e me auxilia, com muita força e fé, com mensagens de VIDA.
Pensei: que anjos estão na minha vida, tenho filhos
maravilhosos, não posso abandonar o plano físico agora, nós nos complementamos
muito, obrigado Meu Deus por me dar uma nova oportunidade.
Sempre fui um cara de muita fé, sempre acreditei muita na
minha capacidade, mas sempre tentava equilibrar o meu lado místico e o
racional. Todos os fatos narrados
puseram meu lado racional em segundo plano. Por mais que tentasse ponderar, não
tinha mais forças para deixá-lo dominar. Passei a ser só coração e emoção.
Formei a convicção de que fui fielmente “guardado “ por Pai Oxalá.
Continua.....
Texto de Carlos Eduardo Gomes Sérgio
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