AVISO IMPORTANTE:

* Nossa casa fica em Porto Alegre (RS), Av. 21 de Abril, 1385, Vila Elizabeth, Bairro Sarandi.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Salve, Salve essa Nêga! (parte II) - Como tudo começou

“... Se queres partir ir embora
Me olha da onde estiver
Que eu vou te mostrar que eu to pronta
Me colha madura do pé...”

A sessão iria começar em poucos minutos. Sentei na primeira fila, pois estava ansiosa demais e não queria perder nenhum detalhe do que iria acontecer ali.
Na sexta-feira, um dia antes de chegar a casa, fui orientada pelos mentores a ler o livro “Tambores de Angola” do Robson Pinheiro, pelo espírito Ângelo Inácio – quando me refiro a ser orientada, quero dizer que é através da intuição – não cheguei a comprar o livro, li ali mesmo, na livraria, não lembro bem quantas páginas tem o livro, sei que são muitas, mas li em uma tarde. Fiquei maravilhada! 
Que religião é essa, meu Deus? Fui a tantos lugares, procurei tanto e nunca encontrei um lugar assim? Quero conhecer essa Umbanda!
Como as “vozes” me acompanhavam há alguns meses - já estávamos meio que “íntimos” - volta e meia fazia alguns testes para saber se elas (as vozes) existiam mesmo; que isso era coisa da minha cabeça, disso não tinha dúvidas, porque só eu as ouvia, mas se o que me diziam estava certo, aí eram “outros quinhentos”! 
Nesse dia fui mais longe e, ao invés de perguntas e respostas, lancei um desafio - auanta petulância a minha! -Então tá, já que “vocês” estão o tempo todo me dizendo o que devo fazer e eu sigo todas as suas orientações, praticamente sem questionar, desafio vocês a “aparecer” para que eu possa entender, ou pelo menos aceitar que isso que está acontecendo comigo é real e que não estou ficando louca.
Saí da livraria e voltei para casa. Nesse dia estava sozinha, pois o meu marido estava fora do Brasil há quase três meses e a minha filha tinha ido passar o final de semana com os irmãos. Ah! Esqueci de dizer que uma das ferramentas que eles utilizavam nas “aulas” era a internet! Sim, eles são muito mais atualizados do imaginamos! 
Me orientavam a pesquisar no “aparelhinho” (no meu caso, o celular com o qual acessava a internet), que muitas das respostas estariam lá. 
Então, disseram duas palavras para a pesquisa: “Pretos Velhos”
Pretos Velhos, como assim? Fiquei intrigada, mas como não costumo questionar as ordens dos meus 'professores', lá fui eu pesquisar. Achei um monte de coisa no Google e nada fazia sentido.  
Assim não dá! Preciso de mais informação. 
“Sábado” - disseram – Ok. Melhorou um pouco! - coloquei na barra de pesquisa: sábado - pretos –velhos. E dessa vez, sabe o que apareceu?

Porque é sábado!
Me dei conta que sábado era no dia seguinte. Então, precisava encontrar o endereço ou telefone desse lugar. 
Passei a noite pesquisando sobre a “Casa”, li o blog do início ao fim e descobri, para a minha alegria, que a “casa” ficava em Porto Alegre! E também foi só. Essa era a única informação sobre a localização da casa. 
E agora? Como vou chegar lá? E, mais uma vez, a “voz” disse que ficasse calma, que no dia seguinte as coisas iam ficar mais claras. 
Foi difícil dormir naquela noite. 
No dia seguinte acordei cedo e decidida, mas ansiosa, porque ainda não tinha o endereço. Falei com meu marido pelo skype por um tempo mais curto que o habitual, pois tinha um compromisso inadiável naquele dia e não poderia me atrasar. 
E o endereço? Até aquele momento, nada! Pesquisei mais um pouco e descobri que ficava no bairro Sarandi. Ufa! Já era mais uma pista! Mas o Sarandi é imenso! E agora? 
– “O ônibus. Pega o ônibus” – Ãh? E faço o quê, turismo? Vou andar de um lado para o outro dentro do bairro? 
“Alguém vai te ajudar, confia.” 
E foi o que fiz, entrei no ônibus, sentei e rezei.  Seja o que Deus quiser! Minha mãe costuma dizer que “tem que crer se quiser ver” e foi o que fiz.
Tem outro detalhe que não revelei a vocês: meu marido não tinha nem ideia do que se passava comigo! Ele estava em Portugal e, embora nos falássemos com muita freqüência e várias vezes ao dia, não tinha coragem de relatar a ele que mantinha contato com “mentores espirituais”.  Ele estava do outro lado do oceano cheio de problemas, não queria colocar mais um em sua lista.
Para garantir, peguei um caderno que costumava escrever e passei a relatar tudo o que acontecia comigo, cada pensamento estava escrito ali. Se caso estivesse entrando em um processo depressivo ou seja lá o que for, estava tudo registrado no caderninho. Esse processo de comunicação intensa durou quase quatro meses. Começou algumas semanas depois que meu marido foi viajar e terminou quando, finalmente, consegui chegar na “Casa”.


(continua...na próxima postagem, última parte)

Texto de Márcia Souza

http://marciaholi.blogspot.com.br/

Leia a primeira parte desta história no link:





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