Desta vez é a Kelly, médium da Casa desde 17 de janeiro deste ano de 2016.
Fiquei observando ela numa de nossas Giras e minha intuição me disse que estava ocorrendo algo muito importante e emocionante com ela.
Pedi que nos contasse esta história e ela, para nosso deleite, prontamente atendeu.
Aí está!
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Kelly Kaiser |
Durante o dia estava sentindo uma energia digamos que um
pouco "estranha". Lá no fundo, eu sentia uma vontade muito forte e
intensa de reverenciar meus ancestrais. Até aí, tudo certo, afinal de contas o
dia era deles, dos mortos. Eu desconfiava que a tal sensação fosse por causa da
data. Pensava comigo mesma, "sim, hoje é Dia de Finados! acho que estou
vulnerável pela data! Estou pensando mais nos meus familiares, avós e bisavós
que já desencarnaram. Sim, é isso! Dia nostálgico de relembrar daqueles que não
estão mais nesse plano!". Coincidentemente, era uma quarta-feira, dia em
que me ponho disponível a auxiliar na Casa Pai Joaquim de Cambinda.
Chegando ao terreiro, percebi que a energia que eu sentia
durante todo meu dia se intensificou!
Era dia de atendimento com o Povo Cigano. A sessão
transcorria como sempre, na mesma ritualística. Porém eu sentia tudo
diferente!
Os atendimentos começaram. Cada vez mais sentia que não estava sendo
um dia "normal". De repente, senti vontade de andar em círculos, como
se estivesse em volta de uma fogueira! A única coisa que queria era estar de
olhos fechados, mas como eu sou difícil de me entregar às energias, sentia que
a estranheza só aumentava. Quando percebi, embora lutasse com aquelas energias,
eu já não estava mais no controle! Uma energia feminina muito forte estava ali
comigo!
O tempo voou! Quando chegou a nossa vez, dos médiuns
receberem atendimento da Casa, fui sutilmente intuída a passar com determinada
entidade. E assim foi. Ao parar em
frente da médium, a energia feminina se manifestou. Muito amorosa, a entidade
falava "deixa ela vir, filha! Pare de lutar! Você já está pronta para
recebê-la! Apenas se entregue!". Eu, muito controladora, não me entreguei
por completo. Sentia aquela energia maravilhosa, mas não acontecia a entrega
real. Foi então que, atentamente, escutei os conselhos e todas as palavras que
a entidade me dizia.
Primeiro, relatou a aparência daquela mulher que me
acompanhava. Ela estava vestindo um vestido verde e seus cabelos eram castanhos
e longos. Tinha conhecimentos de religiões muito antigas, como a pagã, Wicca,
Xamanismo e com grande influência da floresta também! Ao mesmo tempo em que
recebia as informações, a entidade dizia para que eu não me preocupasse, pois
todas aquelas informações seriam entendidas. Esse espírito feminino não era a
cigana que eu esperava que fosse. Mas não importava, porque o essencial é a
forma como ela trabalhará. Independente da linha de trabalho, imprescindível é
ajudar o próximo!
Ela não era uma cigana como pensei. Sua luz era tão linda e
como tinha amor! Estava se apresentando a mim como "A grande Mãe
Irlandesa". Juntas, começaríamos a trabalhar daqui para frente! Recebi e
acolhi toda aquela energia. Ao me despedir dela e do meu passe, com as pernas
moles, estava ainda digerindo tudo. Precisava me recompor! Naquela avalanche de
emoções, ao procurar uma cadeira para sentar, "A Grande mãe
Irlandesa" chegou para valer! Ali, me contou que era uma Deusa Sacerdotisa
Celta Druida. Era a mulher dos meus sonhos! Nossa! Quanta emoção e que
reencontro! Ela me abraçava e eu só conseguia chorar! Durante muito tempo,
sonhei com uma mulher, linda, maravilhosa com cabelos compridos e morenos que
tocava harpa pra mim. Os sonhos eram como um bálsamo! Passavam-me tanta paz! Eu
adorava sonhar com ela! E eu não estava acreditando no que estava acontecendo
comigo! Que dia!
A gira terminou. Ao fazermos nossa prece de encerramento, o
Ricardo ou a Cândida sempre perguntam se queremos incluir alguém em especial na
oração, senti outra vez aquela necessidade de reverenciar os nossos ancestrais.
Afinal de contas, ainda era o dia deles, dia dos mortos. Mas, como aprendi na
Umbanda, dia dos mortos são todos os dias. E ali, trabalhamos mais com os
desencarnados do que com os encarnados, então simplesmente me calei.
Chegando em casa, como uma boa médium moderna da Nova Era
(hahahaha!) parti para minhas pesquisas com a entidade "Google". Eu
queria saber mais sobre a cultura Celta e sobre a Deusa. Na minha busca,
apareceu uma enxurrada de informações e senti que ela estava ali junto a mim.
Assim, pedi para que me guiasse e me ensinasse sobre seu povo. E assim foi
feito! Primeiro, ela me conduziu a escutar uma oração Celta, lindíssima! Depois
me explicou o que havia acontecido durante meu dia. Segundo a cultura Celta, em
uma data próxima a 1º de novembro, quase sempre ocorrendo no último dia de
Outubro, os celtas celebram o "Samhain" um culto sagrado para os
ancestrais. Nessa noite, o véu que separa o mundo material do mundo espiritual
encontra-se mais fino e o contato com os ancestrais torna-se mais fácil entre
eles! Aí, entendi tudo!
Minha amada, "A Grande Mãe Irlandesa" se chama
Danu. É reverenciada como senhora da terra, da água, da abundância, da
plenitude da natureza e da soberania. Ela representa a "força
ancestral" da terra, a fertilidade, a vida e a morte. A Deusa Danu, foi
posteriormente considerada como a representação da tríplice, manifestação
divina, tendo três faces ou aspecto e seu nome representa conhecimento.
Essa experiência foi muito linda e intensa! Me trouxe muitas
reflexões internas e muitos aprendizados também, que certamente não terminarão
por aí! Sigo recebendo insights sobre toda essa cultura. Lá, no meu íntimo,
descobri que sinto minha alma também Celta, afinal, agora as pecinhas do
quebra-cabeça começaram a se encaixar!
Compreendi que as viagens mais místicas
e profundas que fiz até hoje na minha vida não foram por acaso! Ao visitar a
Irlanda, Escócia e o sudeste da Inglaterra, entendi que os três locais formam
(coincidentemente?) a tríplice da cultura Celta! No fundo, ao ver de pertinho os
impressionantes círculos de pedras, Stonehenge, sabia que aquele lugar não me
era desconhecido!
Principalmente quando aquele Mago de capuz se aproximou de mim, com seu misterioso cajado. Mas essa história, contarei outro dia... Enquanto isso sigo firme e serena, montando meu quebra-cabeças, caminhando com a Umbanda e encontrando, sem pressa e com muita alegria, as peças que ainda falta para completar a história da minha vida!
Principalmente quando aquele Mago de capuz se aproximou de mim, com seu misterioso cajado. Mas essa história, contarei outro dia... Enquanto isso sigo firme e serena, montando meu quebra-cabeças, caminhando com a Umbanda e encontrando, sem pressa e com muita alegria, as peças que ainda falta para completar a história da minha vida!
Por: Kelly Kaiser, médium da Casa
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