Guardei com carinho para dividir com vocês neste dia, quando todos os Umbandistas se tornam um pouco crianças também, confraternizando com estes pequenos que enchem o Terreiro de amor e alegria quando chegam.
Dedico especialmente à Mariazinha, a popular Marsch (apelido que ganhou quando pela primeira vez senti sua vibração numa festa infantil, ao encher a boca de marschmallow, doce que eu definitivamente não gosto).
A maioria das pessoas que a conhecem, provavelmente nem sabem seu nome, pois todos a chamam carinhosamente de Marsh. E quando alguém pergunta o seu nome ela responde, faceira: Mariazinha Marschmallow (adoro!) e ainda explica porquê tem nome e 'sobrenome' !
Só tenho a agradecer a ela por ter reacendido algumas destas velas no meu coração.
Segue o texto, para reflexão de todos os adultos estressados, amargurados, inconformados, que venham participar da nossa festa, neste sábado, 29/9, das 15h às 17h e reaprender a ser feliz! E depois desta experiência, olhem para suas crianças com mais amor, paciência e respeito. Olhem para sua criança interior e permitam que se acendam novamente estas velas.
Segue o texto:
" O ser humano nasceu com muitas velas acesas no
coração.
Quando era criança, a
vela do amor brilhava tanto que as pessoas, ao seu redor, ficavam fascinadas e
abraçavam-no e beijavam-no com um carinho inebriante.
Havia também a vela da felicidade, verdadeiro sol
resplandecente. Toda a gente exclamava: "Como é belo ser criança!" Um
grande sábio, de origem extraplanetária, vendo aquela luz tão bela, proclamou:
"É preciso ser como a criança!"
Lá estava, ainda, a arder com uma luz irradiante, a
vela da alegria. A luz desta vela celebrava a festa da vida e todos adoravam
estar com a criança, que os fazia rir à vontade.
Uma outra vela ocupava um lugar de destaque no seu
coração: a vela da fé, que emanava uma luz intensa, quase ofuscante. Com a luz
dessa vela, a criança confiava em tudo e em todos.
Não era possível deixar de prestar atenção a uma
outra vela de luz aconchegante, que se consumia transmitindo algo
transcendental: era a vela da espiritualidade. A sua luz mostrava Deus dentro
do seu coração.
Mais para o outro lado do coração, ardia uma vela que
recendia um perfume especial. Era a vela da paz, que fazia a criança dormir
serenamente e ter o coração tranquilo.
A criança foi crescendo, crescendo mais ainda, com
vontade de conquistar a vida e o mundo. Corria veloz pelas ruas, pelos
estádios, pelos clubes, pelas escolas; amava sofregamente; trabalhava
desmedidamente a fim de acumular bens que acenavam para um futuro abundante. E
as velas foram sendo esquecidas.
A vela do amor ficou sufocada pelas desilusões e
mágoas e apagou-se. A vela da felicidade não resistiu aos ventos impetuosos. A
vela da alegria foi definhando e extinguiu-se. A vela da fé
perdeu a sua luz. A vela da espiritualidade foi apagada e substituída pela
matéria opaca e rígida. A vela da paz ficou sozinha e não resistiu.
Já maduro, o homem, certa vez, contemplou a sua vida,
o seu passado, e percebeu que a sua escuridão interior estava apenas vagamente
iluminada por uma velinha abandonada no fundo do coração: a vela da esperança
ainda permanecia acesa.
0 homem fixou o olhar naquela vela e a sua mente foi
entrando na chama trêmula. De repente, sentiu que a sua vida poderia ter
significado. Olhou ao seu redor e viu, com pena, as outras velas apagadas,
minguadas, em resignado silêncio. Lembrou-se de como era tudo melhor quando
elas iluminavam o seu coração.
Teve, então, uma inspiração. Pegou na vela acesa da
esperança e, com ela, acendeu todas as outras. 0 seu coração passou a brilhar
novamente.
Desde aquele momento, o homem voltou a ser feliz.
Não importa quantas velas estejam apagadas dentro de
si, também não se perturbe se o seu coração jaz na escuridão da vida, sem rumo,
descrente de tudo e de todos.
Pegue nessa vela e acenda
novamente todas as outras. Você precisa apenas disso para ser feliz. "
Que a energia desta Falange maravilhosa de Cosme e Damião possa envolver a todos e, de modo especial, àqueles que não compreendem, não aceitam e discriminam tanto a nossa fé, utilizando-se de uma coisa tão pura como é a alma de uma criança para semear a discórdia e o medo. Que nosso Pai Maior, assim como todos nós, Umbandistas, tenha piedade e perdoe.
Salve as Crianças!
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