Conforme ela mesmo conta no texto abaixo, quando nossa filha Débora a convidou para conhecer nosso trabalho e disse que era Umbanda, ela foi enfática em recusar o convite: "neste tipo de lugar eu não vou"!
Precisou conhecer o Cumpadre (Exu Caveira que trabalha com o Ricardo) em uma noite bastante tumultuada, para criar coragem e encontrar seu caminho.
Muita gente chega num Terreiro de Umbanda pela dor.
Alguns recusam o auxílio, por medo, preconceito, ignorância...
Ela aceitou, assim como as amigas que estavam com ela naquela noite, e hoje trabalham e/ou frequentam nossa Casa.
Segue o texto:
" Na minha vida começou muito cedo, ainda pequena já enxergava e ouvia “eles”.
Quando era criança, levava muitos sustos e minha mãe sempre ao meu lado tentando me acalmar quando o mundo espiritual se tornava visível aos meus olhos.
Ela nunca negou, não incentivava, mas não me punia ou criticava.
Certo dia me levou num atendimento que era realizado na Igreja do Rosário. A entrada era ao lado da Igreja e me lembro bem de uma senhora muito simpática que me recebeu. Só de lembrar me dá vontade de chorar. Minha mãe ficou na sala de espera e eu entrei sozinha, já era uma mocinha e minha mãe dizia que era pra eu me sentir a vontade, que estaria ali ao lado me esperando. Não me lembro dos conselhos, mas lembro que saí muito melhor e mais segura.
Durante anos, toda vez que ia ao centro de Porto Alegre passava naquela Igreja para agradecer. Ainda gosto muito de ir lá, ficar sentada sentindo aquela energia tão serena no meio de tanta correria do centro.
Por volta dos 20 anos, numa noite em minha casa com uns amigos bebendo cerveja e botando a conversa fora, sentada do lado de fora da casa de frente para a porta, enxerguei um homem dentro de minha casa e o seu sorriso era horripilante, me lembro do calafrio.
Resumindo, “este” passou a me acompanhar em festas, sala de aula, trabalho, enfim tudo.
Me acordava à noite, batia portas e ligava a TV. Aí, comecei a me irritar e então interagia, pedia pra ele ir dormir que não era hora, que fosse descansar porque eu estava na festa, que não fizesse barulhos porque eu não gostava. Rezava muuuuuito, quase um plantão de reza! Me judiou um pouco... nesta fase eu bebia mais que o meu normal quando saia com minhas amigas. Certa vez até fumei, e não sou fumante não!
Frequentei algumas casas Kardecistas e estudei durante 8 anos o espiritismo, mas faltava alguma coisa. Não era aquilo que me satisfazia. Não entendia algumas situações e o Kardec não supria essa necessidade. O estudo era uma delícia e me encantavam os romances e a forma como me identificava com algumas histórias, mas ainda não era isso!
Então, conheci uma menina que me disse assim: Meu pai atende! Tem uma casa de Umbanda! E eu logo retruquei: Ah não! Nesse tipo de lugar não vou! Nem pensar!
Foram meses para a Cândida, o Ricardo e a Débora me convencerem que não estavam me enganando! Opa! Volta um pouquinho!
Um dia tomei coragem e disse a Débora que gostaria de ir prosear com o pai dela! - Que medo!
Congá improvisado na sala do apartamento |
Vou contar a situação que passei na minha casa, logo em seguida que comecei a frequentar o apartamento destes novos amigos, onde Pai Joaquim atendia, antes na inauguração da nova casa.
Estava em casa com mais três amigas, tomando um bom vinho e degustando queijos.
De repente, do nada, 'eu' pedi um cigarro.
-Tu não fuma! disse uma amiga
-Mas tô com vontade! Liga pra Débora, o número tá no meu celular! (eu, falando junto com 'aquele' que queria fumar)
-Ok, eu ligo, e digo o quê? - minha amiga, já preocupada.
-Então pessoal , como eu ia dizendo.... - 'ele' de novo.
E assim foi a noite, cheia de previsões!! Lembro apenas de algumas partes!
Minha amiga, pobrezinha, sem saber como me ajudar, tentando me socorrer através das orientações que o Ricardo passava pelo telefone!
Quando chegaram lá em casa, Ricardo e Débora, na entrada do prédio, segundo relato do Ricardo, já era o Caveira! (Exu que trabalha com ele). Estava eu jogada na área de serviço, caída no chão, e em estado precário!
Foram HORAS de desobsessão! Acordei no outro dia que doía até o cabelo!
Resumi muuuito tá! Nem sei como trabalhei no outro dia!
Então, à noite, lá me fui pro apartamento do Ricardo, conversar com Pai Joaquim e tentar entender alguma coisa do que tinha ocorrido na noite anterior! Quando cheguei, não entendi porque haviam chamado outros médiuns!
Lembram daquele moço que aparecia pra mim, me acordava e tudo o mais? Pois é, lá chegou o moço através de um médium da casa. Todos choraram muito porque descobrimos que este na verdade fora meu pai em outra vida e me procurou durante muitas outras, agora que me encontrou queria ficar perto! Perguntei em meio a muitas lágrimas se me fazia beber e fumar e despencando num pranto incontrolável ele me respondeu que sim! A dor que senti no meu coração ao vê-lo tão perdido, tão sofrido... Precisando de ajuda e orientação! De abraço!Foi encaminhado e pude voltar a ter controle da minha vida!
Foi assim que começou a minha caminhada!
Foi assim que cheguei à Umbanda e ao entendimento da minha mediunidade.
Hoje não acontecem mais os descontroles e as obsessões!
Hoje consigo “controlar” essa característica para o trabalho na casa do Pai Joaquim!
Minha família sabe que encontrei o lugar certo!
A religião certa!
E respeitam esta caminhada!
Outro dia escrevo sobre como conheci meus protetores e iniciei meu trabalho espiritual!"
Cristiane Cardoso, médium da Casa.
É tão bom quando nos encontramos, não é Cris? Beijo no teu coração.
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