AVISO IMPORTANTE:

* Nossa casa fica em Porto Alegre (RS), Av. 21 de Abril, 1385, Vila Elizabeth, Bairro Sarandi.

domingo, 22 de julho de 2012

Quando o coração fala [2]

Soninha Correa foi a idealizadora deste Blog. 
Acostumada a receber meus e-mails com textos de auto-ajuda, reforma íntima e sobre a Umbanda, nos deu este presente e me ensinou a utilizá-lo, com o objetivo de que cada vez mais pessoas pudessem ter acesso a estas informações, ensinamentos, dicas, ou seja qual for o nome que podemos dar a eles. 
A idéia é levar para além das fronteiras da Casa Pai Joaquim de Cambinda, que já nem tem mais fronteiras, tudo aquilo que aqui aprendemos e praticamos.
Estimulada pelo depoimento de um médium de nossa casa (publicado em http://casapaijoaquimdecambinda.blogspot.com.br/2012/07/quando-o-coracao-fala.html), enviou-me também o seu, que transcrevo a seguir.
Obrigada, amiga, pelo seu carinho e que nossa Mãe Iansã te abençoe e proteja, sempre!


Lendo os depoimentos no blog, me senti incentivada a fazer o meu. Não tenho nenhuma história extraordinária para contar, mas, as poucas coisas que tenho a dizer, são valiosas para minha vida e, por certo, para mostrar às pessoas a importância do que encontrei na Casa do Pai Joaquim de Cambinda.

Em meados de 2010 eu estava vivendo uma das piores fases da minha vida. Eu que achava que tinha uma vida estável, uma família constituída, de repente comecei a ver o meu mundo ruir. Primeiro foi minha filha que rompeu relações com meu ex-marido e saiu de casa. Logo em seguida, o filho dele, que também morava conosco, virou-se contra nós e foi morar com a mãe. Restamos o casal, a cada dia com mais desavenças, a troco de nada.

Eu assistia as brigas acontecendo sem motivos aparentes. Do nada, começávamos a brigar e a situação ia ficando cada vez mais insustentável. Eu não queria ver meu casamento desmoronar. Ao mesmo tempo em que eu me dizia ateia, percebia que não era normal, não era do curso natural das coisas o que vinha acontecendo.

Foi então que, mesmo descrente de tudo, passei a buscar ajuda, sem saber muito bem o que buscava. Estive em templos católicos e evangélicos. Participei de diversas reuniões em centros espíritas e fiz tratamentos de desobsessão. Consultei cartas e búzios de candomblé e batuque. Nada acalmava meu coração e o meu casamento seguia ladeira abaixo.

Num dia, conversando com minha massoterapeuta, ela me falou de uma casa de umbanda que ela havia conhecido. Me disse ser um lugar muito bonito, onde havia caridade pura. E me chamou para irmos lá no sábado seguinte. Ela mesma ligou e marcou consulta pra mim.

Confesso que de início, imaginei que o único objetivo da minha amiga era obter carona para ir ao local, já que era muito longe. Mesmo assim, totalmente descrente, aceitei.

Cheguei na casa toda desconfiada e olhava tudo com receio. Entretanto, no momento que fui chamada e entrei para ser atendida, foi como se um banho de luz e paz tivesse caído sobre mim. Eu não sei explicar, pois minhas lágrimas rolavam incessantes como quem está desesperada e ao mesmo tempo, meu coração sentia-se leve, calmo, apaziguado.

Fui atendida pelo pai Ogum. Contei o que estava me acontecendo e ele me indicou algumas orações. E me disse que eu levasse o meu marido comigo até a casa, na semana seguinte. Eu lhe respondi que isso era impossível, pois ele não aceitaria de jeito nenhum. O Ogum me disse o seguinte: “deixe-me trabalhar de hoje até segunda-feira. Não diga nada a ele até lá. Na segunda-feira pela manhã, convide-o a vir aqui e ele vai aceitar”.

Achei uma grande bobagem, mas segui a orientação. Na manhã de segunda-feira, durante o café da manhã, falei a ele que eu havia ido numa casa de umbanda e que queria que ele fosse lá comigo no sábado seguinte. Eu esperava mais uma reação agressiva dele ao falar isso. Para minha surpresa, ele calmamente me disse que eu marcasse a consulta para ele.

Fiquei abismada. Marquei a consulta no mesmo dia. Entretanto, no sábado seguinte, na hora de irmos para a casa ele começou a criar subterfúgios para não ir. Começou a mexer no carro. Resolveu ir até a mãe dele e quando já estávamos em cima da hora, teve um surto de agressividade. Ainda assim, pegou o carro e nos dirigimos para a casa. Nunca senti tanto medo no trânsito, pois ele dirigia feito um louco. Tenho certeza que só não sofremos um acidente neste dia, por conta da força de nossos amigos espirituais que nos conduziram sãos e salvos até a casa.

Chegando lá ele foi atendido pelo pai Ogum, mas eu não sei como se desenrolou a conversa, pois fiquei de longe, para evitar qualquer constrangimento.

A bem da verdade é que pouco tempo depois nos separamos. Sofri muito, mas foi na Casa do Pai Joaquim de Cambinda é que eu encontrei o conforto para as minhas angústias. Passei a frequentar a casa e a cada dia me sentia melhor. Percebia que ali era o meu porto seguro, onde encontrei amor, paz, compreensão, receptividade.

Incomodei um bocado a Cândida com minhas perguntas, querendo entender melhor a religião. Passei a ler, a buscar conhecimento. E eu que até então me julgava ateia, passei a ter provas, quase que diariamente, da existência de forças superiores.

Algum tempo depois acabei me mudando para Brasília, mas sem perder o contato com este lugar iluminado. Sempre que vou a Porto Alegre, trato de ir buscar reconstituir minhas energias junto do nosso amado preto velho.

Nas minhas últimas idas, recebi presentes incríveis, como a presença junto de mim da minha mãe Iansã. Agora, o maior presente de todos foi o convite feito diretamente pelo Pai Joaquim para que eu fizesse parte da corrente da casa, quando estivesse por Porto Alegre. Fiquei lisonjeada, orgulhosa e feliz com o convite, pois entendi que para ajudar na caridade, não preciso necessariamente estar todos os dias na casa.

Ainda estou aprendendo e quero aprender muito mais. Entretanto, uma coisa eu aprendi e tenho certeza desde o primeiro dia que cheguei na Casa: ali é um lugar de muita luz, muita bondade, muita caridade e paz, como é a umbanda. "


2 comentários:

  1. Lindo o depoimento, e sem dúvida alguma esta casa é uma benção na vida de todos nós.

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  2. Obrigada por terem entrado em minha vida. Estou muito emocionada.

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