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quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Recado de Maria Mulambo

Por Cândida Camini 

Alupo, moço!

Alupo, moça!

Eu sou Maria Mulambo da Lixeira e, como o nome mesmo me apresenta, trabalho onde o lixo domina.

Minhas lixeiras estão espalhadas por aí, sempre prontas para receber o lixo que vocês acumulam em suas casas. E não tô aqui falando só das casas materiais, tô falando, principalmente, das suas casas internas.

É tanta mágoa, tanto ódio, tanta inveja, que já não dou conta de recolher tanto lixo.

Faz tanto tempo aquela traição, outras paixões já chegaram e você segue lembrando do fato, remoendo a mágoa.

Faz tanto tempo que mudou de emprego, por outro melhor, é importante lembrar, e você segue guardando rancor daquele superior que lhe demitiu (mesmo sabendo que foi melhor pra você).

Aquela (ex) amiga que lhe disse coisas que lhe feriram (e quanta verdade tinha naquelas palavras, não é mesmo?), nunca mais se falaram, mas você não esquece.

E seguem as lamentações.

Meu trabalho é recolher este lixo todo e, nas minhas lixeiras, transmutá-lo e devolver a você em forma de alegrias, saúde, felicidade, amor.

Mas pra isso eu preciso que você acredite no quanto isto lhe faz mal.

Então, ao entrar no Terreiro hoje, antes, deposite todo este lixo na lixeira que coloquei ao lado do portão. Não , você não vai vê-la, mas tenha certeza, ela está lá. Fazendo isso, você estará apto(a) a receber de volta, ao sair,  esta energia reciclada.

Mas lembre-se, não acumule tanto lixo. Comece com a sua casa material, esvaziando os armários, as gavetas, doando o que não usa mais. E siga não acumulando tantos sentimentos menores, que só fazem encher as minhas lixeiras.

É meu trabalho, não reclamo dele. O que me incomoda é você não fazer nada a respeito e voltar sempre do mesmo jeito, despejando seu lixo para que eu recolha. Afinal, não é este o meu trabalho?

Alupo!

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