Era Gira de Ciganos no Terreiro.
A Cigana Carmem, que trabalha comigo, participou de um trabalho com uma médium, no final da
Gira, onde um portal havia se aberto no chão e todos os sentimentos menos
nobres daqueles que ali estavam ou estiveram, eram sugados por ele.
No encerramento, enquanto o Cigano Pablo, Dirigene da Gira naquele dia, falava com o grupo de
médiuns, ela me mostrou no chão, na frente do Congá, um recipiente de cobre,
um tacho, ou algo do gênero.
A Gira terminou e eu fiquei pensando o que seria.
Minha intuição me dizia que tinha a ver com aquele trabalho
do portal.
Hoje, na hora da descontração da prática de yoga, Carmem me mostrou o significado daquela imagem.
Alguns médiuns que
iam chegando para a Gira, ao pisar o solo sagrado do Terreiro e
posicionar-se defronte ao Congá, depositavam ali todos os seus problemas.
No chão, entre o médium e o Congá, a imagem ia
alternando-se. Às vezes uma fogueira ou
um tacho de cobre, como Carmem me mostrou; uma chama violeta, um rio, o mar,
uma árvore grande, de uma mata fechada. Conforme a Gira do dia, o elemento se
apresentava. Em dias de Preto Velho, os médiuns deitavam a cabeça no colo de
uma Mãe Preta amorosa, que enxugava suas lágrimas na barra de sua saia rodada.
A mensagem que ficou é a seguinte:
“ Ao entrar no Terreiro para trabalhar, o médium deve
depositar no Congá, conforme o elemento da Gira do dia, todos os seus
problemas, suas mágoas, tristezas, raivas e inconformações. A partir daí,
doar-se integralmente a sua missão, que é praticar a caridade.
Ao final do trabalho, ao dirigir-se novamente ao Congá, lhe
será devolvido tudo aquilo que é de sua responsabilidade, para o seu
aprendizado. Todo o resto será acolhido e transmutado pela espiritualidade.
Aprenda a identificar a diferença entre um e outro e faça a
sua parte.
Seus protetores se encarregarão de orientá-lo e protegê-lo.
Confie, trabalhe, estude e tudo o mais parecerá poeira da
estrada, que se dissipa com o vento.”
Cigana Carmem |
Optchá!
Muito bom!
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