Por incrível que pareça, muita gente ainda não sabe como funciona o passe.
Transcrevo aqui um trecho do livro 'Conexão, uma nova visão da mediunidade' - de Maria Aparecida Martins, que no meu entender explica de maneira bem clara de que forma se dá esta transmissão de energias e qual o nosso papel nisso.
" O passe é uma ajuda de caráter externo, vem de fora.
O passe ajuda a aliviar aquelas energias que as nossas atitudes vêm criando.
Com nossa forma de pensar, sentir e agir, criamos e nos colocamos em contato com energias de angústias, tristezas, mágoas, que são energias de baixa frequência vibratória, e o passe faz uma limpeza nisso. Limpar um resíduo, uma sujeira é diferente de deixar de produzi-la.
Essas energias causadas pela preocupação com a saúde da filha, pela irritabilidade, pela falta de paciência, pela insatisfação com a própria situação, pela valorização do próprio sofrimento, pela cultuação da vítima em si são energias mais densas.
Essas energias mais densas acabam danificando nossos centros de forças (os chacras), e a aplicação do passe, além de fazer a limpeza energética, estimula a atividade desses centros, que por sua vez, ativam nossos plexos no corpo físico.
E a aplicação do passe ainda retira do campo áurico aquelas energias improdutivas que tiveram origem em nossa própria atividade mental e servem de ganchos para energias do mesmo teor, permitindo que se acoplem a nós, causando processos obsessivos.
O passe atua como uma injeção energética.
O passe ajuda, mas não cura.
A cura é um movimento de dentro para fora.
O passe atua tirando o excesso de perturbação que acumulamos, mas as perturbações são causadas pela nossa maneira de viver e de pensar.
Se não atentarmos pra isso, para nossa forma de ver o mundo, de compreender as situações, ficaremos sempre na dependência de alguém que nos aplique passe, Reiki, cura prânica, jorei ou outra ajuda qualquer.
A cura tem o comprometimento do doente, implica numa reorganização de valores e crenças que estão servindo de base para sua maneira de pensar e agir.
É claro que ajuda do passe alivia o seu processo, mas não causa restauração na sua personalidade, na sua forma de pensar, em suas atitudes. "
AVISO IMPORTANTE:
* Nossa casa fica em Porto Alegre (RS), Av. 21 de Abril, 1385, Vila Elizabeth, Bairro Sarandi.
terça-feira, 14 de julho de 2015
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Mas será o Benedito?
Hehehehe, é sim, é mais um Benedito. Este é o que acompanha nossa amiga Soninha, idealizadora deste blog. Também contou sua história, que aqui reproduzimos prá vocês.
Algumas vezes chegava
a arrancar do tambor de couro de carneiro o som de trovão, que parecia que o
próprio Xangô estava a preparar uma tempestade para presentear Iansã. E normalmente, não demorava a chegar o temporal.
Ele era um moço muito forte e tinha, seguramente, mais de
1,90m. Seus braços podiam causar medo a algum desavisado que não soubesse que
apesar da rude aparência, ali estava um homem de enorme generosidade e integral
paciência.
Um negro muito belo,
de barba rala, olhos grandes e rasgados, com sobrancelhas erguidas e
imponentes. Sorriso largo, apesar dos dissabores que a vida lhe impôs, em meio
aos seus 40 anos.
Seu traje era
simples, mas não deselegante. Vestia uma bata de linho, com decote em “V”, com
um cordão transpassado para amarrar. Sua calça era de algodão cru, muito alvo,
na altura da canela. Como adereço, usava também um chapéu de aba média, caída.
Tudo muito branco, exceto o lagdibá de casca de côco, que carregava pendurado
no pescoço.
Era impossível não
notá-lo, pois tratava-se de um negro lindo e gigante, nascido na parte sul de
Angola e trazido para o oeste da Bahia num navio negreiro.
Por seu porte físico,
foi empurrado para o trabalho mais pesado, na extração manual de pedras para
construções.
Era filho de Xangô, então, a pedreira lhe era ambiente familiar.
Nunca, apesar das dores do açoite, perdeu seu olhar amável e a ternura de sua
voz.
Um dia, bem jovem,
enxergou uma mocinha servindo a casa grande. De imediato o seu coração se
manifestou. Ficara perdidamente apaixonado pela negra esbelta, de altura
mediana e olhos arregalados. Entretanto, a moça servia a casa e também servia o
patrão, que não se incomodava em “usá-la” diante dos olhos de quem quer que
fosse.
Nunca pode revelar
seu amor a ela. Apenas podia olhá-la, de longe, enternecido de paixão. E assim viveu
seus dias a adorar a moça e a sufocar seu sentimento, sem que jamais ela
soubesse.
Seu coração pródigo e
sua finura com as palavras o transformou num conselheiro dos amigos da fazenda
e sua fama de bom orientador corria léguas e o tornaram, naturalmente, numa
liderança.
Tal fato era visto
pelo patrão, capatazes e capitães do mato, como uma influência negativa,
responsabilizando-o por qualquer fuga ou rebeldia que houvesse e, por
consequência, levava-o ao tronco. Tantas foram as chibatadas que lhe resultou
numa grave fratura na perna direita, que nunca mais pode pisar com firmeza.
Suas orientações, no
entanto, não tinham o caráter da rebeldia, mas o daquilo que considerava justo,
talvez por influência de seu Orixá. Cada vez mais era consultado pelos
compartes, em todos os momentos de decisões. À noite, seu cantinho na senzala
recebia filas de consulentes, em busca de uma palavra e de uma direção.
Benedito, mesmo
tomado pela exaustão do pesado trabalho com as pedras, atendia a todos, sempre
paciente e tranquilo.
Quando, finalmente,
conseguia se recostar para o descanso, Rosa, nome dado pelo senhor, lhe
aparecia em pensamentos. Seu coração apertava e quase sempre dormia com uma
lágrima lhe escorrendo pelo pretume de seu rosto.
A maior dor que
sentia, no entanto, não era a do amor por ela. Nem era das surras
incomensuráveis que recebia por suas consultas. Tampouco era a dor de vê-la
tomada pelo patrão.
Sua maior dor era a
de assistir seu povo subjugado pela escravidão. A injustiça era o que mais lhe
tocava a alma e o acometia de uma dor infinda. Nestes momentos, quando a dor
lhe sufocava, Benedito se recolhia na pedreira e, em meio às lágrimas, pedia
aos espíritos de luz que ofertassem clemência aos seus consanguíneos.
Algumas vezes,
chegava passar noites entre as pedras, conversando com seus guias. Nestas
oportunidades, era comum que o povo do galpão se preocupasse, pois sempre,
todas as noites, sem exceção, havia alguém que lhe procurava para se nortear.
Só era poupado de
suas consultas quando adentravam o mato para realizarem sessões de seu culto.
Nestes momentos ia para o canto da gira e lá assumia de forma magistral a
condição de tamboreiro.
Numa das noites que
esteve na pedreira a renovar sua fé e buscar orientação intuitiva para orientar
seu povo diante de uma revolta eminente que se forjava, foi atacado por uma
cascavel, embolada no meio das pedras.
Ainda tentou voltar
para os seus, mas o veneno rapidamente se espalhou em sua corrente sanguínea e
acabou tombando no meio do mato.
Seu corpo só foi
encontrado dois dias depois. Não fora a pequena perfuração em seu tornozelo
direito, não haveria qualquer comprovação do que lhe houvera abatido.
Seu corpo estava
intacto, as roupas impecavelmente alvas, o chapéu cobrindo-lhe o rosto, como
quem houvera deitado para um breve cochilo e, mesmo após dois dias de óbito,
exalava um suave perfume de alfazema, com a qual Benedito gostava de banhar-se.
A história foi escrita por Sônia Corrêa (médium da casa),
mas ditada e
autorizada a sua publicação
pelo próprio
Nego Benedito.
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Quando o coração fala [9]
Mais uma linda história que nos emociona, unindo em nosso Terreiro, 'não por acaso', quatro espíritos, duas almas. Texto escrito pelo Matheus, médium da casa, sob inspiração de Pai Cipriano, Preto Velho que hoje trabalha com ele. Segue o seu relato:
" Segue abaixo o presente que ganhei dos Negos no dia deles. Nada mais é
que a história de Pai Cipriano das Almas e do Nego Benedito, como ele mesmo gosta de ser chamado. No dia de hoje, a Umbanda celebra os Pretos Velhos. Falange
do amor, da sabedoria, da humildade, da paz de espírito, do sofrimento e das
lutas. Do falar chiado e simples, das metáforas e das complexidades das leis
espirituais e físicas (literalmente as físicas).
Quanto ao feitor, a
ele foi dada a oportunidade de reencarnar e servir de instrumento para um Preto
Velho. Também por justiça, ao senhor de escravos que ordenara o açoite do
Benedito, foi concedida a mesma oportunidade de reencarne servindo a outro Preto.
Assim, o feitor reencarna no corpo de um homem branco e o senhor de escravos no
corpo de uma mulher, também branca. Os negros continuam com sua cor escura como o carvão,
mas agora em espíritos que se ligam a esses encarnados como guias.
Dia de Agradecer
aqueles que são nossos Pais ou simplesmente os "negos" companheiros.
O cheiro da fumaça do cachimbo, do café e do palheiro. Dia de relembrar a dor
e a alegria desses senhores mandingueiros.
Dia que dá vontade de um abraço do Pai Cipriano ou do Nego
Benedito, histórias que se cruzam, caminhos que se reencontram, o significado
de uma amizade e o amor de dois médiuns. Dia de histórias desconhecidas e
saudades da terra distante.
Um dos meus
companheiros espirituais, um guia como são chamados na Umbanda ou para mim um
amigo , atende pelo nome de Pai Cipriano. Outro companheiro é chamado pelo nome
de Nego Benedito, também um guia na Umbanda e para mim um Padrinho.
Eu, Matheus e uma
amiga, Eliane, quem sabe uma mãe, uma madrinha . Quatro espíritos,
duas almas (se considerarmos pelo Kardecismo que alma é o espírito quando
encarnado) uma única história:
Dois escravos,
portanto estamos antes do dia 13 de maio de 1888.
O primeiro, cujo nome antigo
desconheço mas que agora atende por Cipriano , trabalha na casa grande.
Escravo de sorte , apesar de todo sofrimento e dor de ter sido arrastado da mãe África em um fétido, sujo e escuro porão de um navio , agora tem alguns privilégios que outros escravos de mesma sorte não o tem.
Escravo de sorte , apesar de todo sofrimento e dor de ter sido arrastado da mãe África em um fétido, sujo e escuro porão de um navio , agora tem alguns privilégios que outros escravos de mesma sorte não o tem.
Um desses outros escravos é o
Nego Benedito, escravo rebelde, daqueles que dava dor de cabeça aos senhores e
diversão aos feitores. Dois amigos....
Cipriano, bem
tratado, com comida sempre disponível da casa grande, com algo mais parecido
com uma cama do que o chão de terra da senzala . Além disso , invejado, caluniado
por fofoqueiro entre os escravos que não tinham comida farta, pelos escravos
que dormiam em um chão frio , de terra batida na antiga Bahia. Fosse assim bem
tratado, algo que agradasse aos senhores esse escravo deveria fazer. Independente
do que fosse, não era bem visto pelos seus irmãos pretos que tantas vezes
recebiam comida escondida desse mesmo escravo.
Negro sábio e astuto, sabia que
não poderia perder seus benefícios (nem queria ) portanto contava com a ajuda
de um dos rebeldes: o negro Benedito.
Era simples o plano:
Cipriano tinha acesso às chaves da despensa da casa grande. Uma sala grande,
não muito iluminada, logo atrás da cozinha, com um tesouro para aqueles que
passavam fome. Repleta de prateleiras cobertas com carne misturada em uma
espécie de farinha, sal e outros condimentos que permitiam que a carne durasse
mais; além disso, o que ali dava em abundância na terra como mandioca, feijão ,
batatas, um tesouro que os senhores não mensuravam e nem notavam sua falta.
Assim, em um pequeno balaio, Cipriano colocava um pouco de tudo e entregava ao
negro rebelde, que distribuía na senzala.
Um velho negro, com
um único amigo. Invejado pelos outros , detestado por seus privilégios, mas no
fundo um ser de bom coração. Coração esse, que ao ver seu único amigo e
companheiro ir ao tronco mais uma vez, entristeceu pela certeza da morte. Se os
senhores não eram capazes de levantar o chicote, eles encontravam nos feitores,
seres que se deleitavam com o sofrimento do povo negro que sangrava da mesma
forma. Essa satisfação em ouvir os gritos de dor dos negros era combustível
para a maldade, que as vezes não via limite.
Em belo dia
ensolarado e como sempre fazendo o pequeno plano de roubar comida da casa
grande para a senzala, o negro Benedito foi pego. Qual não foi a surpresa dos
senhores e a alegria dos feitores em contraponto com a tristeza e o medo de
Cipriano. Sabendo do cruel destino que o esperava e das chibatadas que amarrado
no troco levaria, Benedito nega-se a entregar Cipriano para os senhores, que
com certeza o colocariam no tronco pela primeira vez . No tronco, enquanto
recebia os açoites de um feitor , ali se estabeleceu um linha bem simples, uma
linha pequena que ligava para sempre o destino de quatro almas: a linha da Lei.
Aquele escravo ,
enquanto seu sangue quente escorria pelas feridas abertas ,não era menos quente
suas preces aos antigos senhores (o que chamamos de Orixás). Em meio ao pranto
e à dor, ciente que sua hora era chegada e em serena prece, pediu para que sua
mãe Oxum o acolhesse em seus braços e acalmasse seu pranto. Sua surpresa,
quando em espírito viu que Cipriano acolheu em seu colo seu corpo já falecido ,
tirando das correntes que o amarravam e com o mesmo intuito orava aos senhores
Orixás. Oxum, percebendo a dor e o sofrimento em tantos corações , intercedeu
junto a Olorum pedindo uma nova chance para os intérpretes daquele história.
Benedito não só foi amparado nos braços da Mãe Oxum como pedira, mas em seu
rosto sentiu as lágrimas que dos olhos dela caiam. Não eram lágrimas de dor,
mas a mais pura lágrima de amor, que só a Senhora das águas doces poderia
verter, e assim , unir aqueles almas para a eternidade.
Cipriano, com o
avançar do tempo, e já com 50 anos, sentindo a enorme tristeza da perda de seu
único amigo e o cansaço da idade, numa tarde quente desencarnou em meio a um
campo sem que nenhum dos senhores e nem mesmo seus irmãos escravos notassem sua
falta. Acorda no plano espiritual desiludido: esperava encontrar os seus orixás
que cultuava em segredo nos terreiros de chão de batido, quem sabe algum
familiar, ou até mesmo um daqueles anjos que diziam os senhores existir.
Encontrou porém um homem de capa preta, chapéu e cartola, uma bengala na mão e
um charuto na boca. Aquele estranho senhor ,que em nada assemelhava-se a um
anjo, com uma gargalhada disse:
-“É chegada a hora de se estabelecer e quitar seus débitos
com a lei Maior. Se em vida não tivestes sofrimento, não sofrestes a dor da
carne nem a fome, a sede e o trabalho incansável, tens agora a oportunidade de trabalhar em nome
do Mestre Maior, conhecendo o que há de mais escuro no ser humano. Porém,
sentirás a dor como se em tua carne fosse.”
Pensando ser seu único caminho, Cipriano aceita o convite
daquele senhor de Capa Preta e passa a trabalhar como um Guardião no astral, indo
até as trevas que os humanos criam através de seus pensamentos e ações.
Em um desses locais
encontra um dos seus antigos desafetos : um dos feitores responsáveis por matar
seu amigo Benedito ainda quando encarnado. Por determinação do alto, e sabendo
que a lei deveria ser cumprida, Cipriano decide interceder por aquele espírito
esquecido nas dores e aflições de sua alma. Em sincera prece, pede para que
nova chance seja depositada naquele espirito.
Lá do alto, um Negro
todo de Branco a tudo assistia com dor no coração e novamente são ligadas as
vida desses espíritos através da prece. São convocados os senhores cármicos
responsáveis pelas encarnações e então um novo plano é traçado. A Lei da
Umbanda se faz cumprir.
Ficaria determinado
que Cipriano (agora um Capa Preta) receberia novo convite de trabalho ao lado
de seu amigo Benedito e assim se fez: Benedito desce até aqueles campos
trevosos, encontra seu amigo e pede para que juntos sigam uma nova caminhada e
um novo trabalho; serviriam à Umbanda, como Pretos Velhos, novamente lado a
lado.
![]() |
Pai Cipriano e Nego Benedito (com seus 'cavalos' Matheus e Eliane) |
Hoje esses espíritos e essas almas se encontram em um
terreiro, onde cumprindo a lei, um serve de cavalo para Cipriano e o outro para
Benedito. Desta forma, os Negos podem seguir juntos, como antigamente, agora
servindo ao bem e amparando aqueles, que mesmo causando tanta dor estão ligados
pelo amor.
13 de maio de 2014
Por
Matheus Capra Ecker
Inspirado por Pai Cipriano das Almas
segunda-feira, 6 de julho de 2015
A dança e o ritmo da vida. Optchá!
Por Cigano Igor
Médium Matheus Capra Ecker
" Desde as histórias mais antigas e remotas sobre a criação do mundo e como princípio construtor das religiões é ressaltada a importância do som, da música e da dança. A dança, como todos sabemos, é para os ciganos parte de sua constituição, do seu ser. Desde o nascimento até a morte a dança está presente.
Para o hinduísmo, uma das mais remotas religiões ocidentais, o som se faz presente através do OM e a dança através do deus Shiva Nataraja.
Conta à lenda que através de uma dança chamada de tandava esse mesmo constrói e desconstrói o mundo e em uma de suas representações este Deus está dançando, ao som do tambor (que representa a criação através do ritmo do OM), dentro de um círculo de fogo (representa os ciclos encarnatórios ou a roda da vida).
Pensemos um pouco sobre essa representação e analisando de forma ampla as filosofias ocidentais mais antigas de auto aceitação.
Os princípios básicos de entendimento sobre o eu e o ser, sobre aceitar as imperfeições como constituintes desse princípio único de existir.
As filosofias espiritas mais modernas por muitas vezes criticam essa postura, demonstrando através das encarnações a necessidade de melhora constante na existência e na percepção do eu,quando deveríamos relaxar e dançar com a música.
O karma , ou o que fizemos em outras vidas, nos marcam profundamente todas as existências , nos tornando vítimas e mais ainda (através das filosofias modernas) como juízes críticos de nós mesmos. Sentimento esse que nos impede de dançar com o ritmo.
A dança assume o sentimento de liberdade para os ciganos, não somente no seu conceito mais amplo, mas remetendo às antigas sabedorias ocidentais a exemplo da dança do Shiva em que a todo momento, através de um ritmo constante , são construídos e descontruídos princípios, sentimentos, desejos ...
Por que não nos permitimos assim, dançar sem medo? Assumir a música, se entregar ao som (entregando-se ao eu), libertando-nos do medo, da insegurança, da culpa passada. Permitindo-se dançar sem vergonha, buscando o ritmo do som (mesmo que para tanto precisemos dançar da “nossa forma desritmada” de ser).
Por que não dançamos contemplando os passos em falsos e a felicidade em cada batida?
Por que não realizamos a experiência da liberdade e do ritmo constante do amor em nossos corações?
Por que a representação artística e dançante do eu tornou-se desimportante?
Por que buscamos coreografias ensaiadas com o todo quando devemos mostrar a beleza da nossa dança aprendida durante milênios de encarnações? "
De um amante cigano, que busca na música reconectar-se com sua essência divina, entregando-se a liberdade e ao amor.
Médium Matheus Capra Ecker
" Desde as histórias mais antigas e remotas sobre a criação do mundo e como princípio construtor das religiões é ressaltada a importância do som, da música e da dança. A dança, como todos sabemos, é para os ciganos parte de sua constituição, do seu ser. Desde o nascimento até a morte a dança está presente.
Para o hinduísmo, uma das mais remotas religiões ocidentais, o som se faz presente através do OM e a dança através do deus Shiva Nataraja.
Conta à lenda que através de uma dança chamada de tandava esse mesmo constrói e desconstrói o mundo e em uma de suas representações este Deus está dançando, ao som do tambor (que representa a criação através do ritmo do OM), dentro de um círculo de fogo (representa os ciclos encarnatórios ou a roda da vida).
Pensemos um pouco sobre essa representação e analisando de forma ampla as filosofias ocidentais mais antigas de auto aceitação.
Os princípios básicos de entendimento sobre o eu e o ser, sobre aceitar as imperfeições como constituintes desse princípio único de existir.
As filosofias espiritas mais modernas por muitas vezes criticam essa postura, demonstrando através das encarnações a necessidade de melhora constante na existência e na percepção do eu,quando deveríamos relaxar e dançar com a música.
O karma , ou o que fizemos em outras vidas, nos marcam profundamente todas as existências , nos tornando vítimas e mais ainda (através das filosofias modernas) como juízes críticos de nós mesmos. Sentimento esse que nos impede de dançar com o ritmo.
A dança assume o sentimento de liberdade para os ciganos, não somente no seu conceito mais amplo, mas remetendo às antigas sabedorias ocidentais a exemplo da dança do Shiva em que a todo momento, através de um ritmo constante , são construídos e descontruídos princípios, sentimentos, desejos ...
Por que não nos permitimos assim, dançar sem medo? Assumir a música, se entregar ao som (entregando-se ao eu), libertando-nos do medo, da insegurança, da culpa passada. Permitindo-se dançar sem vergonha, buscando o ritmo do som (mesmo que para tanto precisemos dançar da “nossa forma desritmada” de ser).
Por que não dançamos contemplando os passos em falsos e a felicidade em cada batida?
![]() |
Matheus Capra Ecker |
Por que a representação artística e dançante do eu tornou-se desimportante?
Por que buscamos coreografias ensaiadas com o todo quando devemos mostrar a beleza da nossa dança aprendida durante milênios de encarnações? "
De um amante cigano, que busca na música reconectar-se com sua essência divina, entregando-se a liberdade e ao amor.
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