AVISO IMPORTANTE:

* Nossa casa fica em Porto Alegre (RS), Av. 21 de Abril, 1385, Vila Elizabeth, Bairro Sarandi.

domingo, 20 de outubro de 2024

Depois da enchente

 Por Cândida Camini

No início de maio deste ano de 2024, fomos surpreendidos pelas águas que invadiram nossa casa e nosso Terreiro, chegando até o telhado.

Conseguimos sair em segurança, mas perdemos tudo, nas duas casas (minhas irmãs moram nos fundos) e no Terreiro.


No Terreiro, ficaram as imagens de nosso Congá, exatamente em seus lugares, e a emoção que sentimos ao entrar lá pela primeira vez, 36 dias depois, foi indescritível. Gratidão à Zambi, Oxalá e todos os nossos Guias, pois foi da força irradiada por este Congá que conseguimos superar tudo e reconstruir (e esta é uma outra história que conto depois).

Hoje, quase seis meses depois, só temos a agradecer a todos que nos ajudaram de várias formas, botando a mão na massa, doando seu tempo, contribuindo financeiramente, também com roupas, móveis, utensílios e principalmente a todas as orações que chegavam sempre até nós reforçando nossa fé e a certeza do retorno.

As imagens estão sendo restauradas por uma amiga linda, a Bety, e quase todas já retornaram ao nosso Congá.

Ainda temos algumas reformas a fazer no final do ano, como o piso, que não foi possível arrumar pois ainda está muito úmido. Mas já retomamos as Giras e aptos a seguir com nosso trabalho de amor e caridade.

Para quem quiser e puder colaborar com nossas reformas, o pix é o e-mail do Terreiro: casapaijoaquimdecambinda@gmail.com

Axé!

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Mensagem de Kaaleb sobre estes tempos de guerra

Pelo médium Matheus Niederauer

No mais breve sua nação irá aumentar.

Será refúgio de paz e liberdade.
Diversos povos se juntarão a vocês. 
A guerra só existirá para aqueles se afinam a essa energia.O espiritual já se mobilizou ao criar novas Colônias para aqueles que retornam.Por ora todos esses recém desencarnos em conflitos estão sendo atendidos nas esferas de socorro para restaurar seus corpos espirituais.
Logo vocês serão o exemplo de que a diferença jamais existiu e jamais deve existir, seja de raça, cultura ou religião.
Nós aqui no espiritual já ensinamos os recém chegados e os próximos à reencarnação, de que não existe a diferença e sim a igualdade.
Portanto mantenham-se firmes e equilibrados no propósito maior. 
A restauração do UM já começou.  

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Mensagem a todos filhos de Zambi, em especial aos filhos de Xangô

 Por Cândida Camini


Há centenas de séculos neste Orbe Terreno, a justiça dos homens esteve nas mãos dos que detêm o poder.

Ainda hoje, os filhos se acham injustiçados quando algo contraria seus interesses.

Mas saibam que nada escapa à justiça Divina, de cujo Tribunal faço parte.

Até nas chamadas ‘injustiças’ , existe uma maneira de fazer com que ela se cumpra.

Lembram? “Quem deve paga, quem merece recebe.”

E isto não se aplica somente a esta vivência atual.

Todos recebem e pagam de acordo com a somatória de todas as suas encarnações.

E é aí que eu atuo. Fazendo com que ninguém se furte de cumprir aquilo que já foi determinado antes desta encarnação.

Quando clamarem por justiça, dispam-se da influência do ego, que está apegado somente ao presente, voltado as suas carências individuais. 

Lembrem-se que seu oponente também clama por justiça e, neste impasse, quem será atendido? 

Mais uma vez a máxima “quem deve paga, quem merece recebe”, se faz valer nesta contenda, trabalhando para que a Lei se cumpra.

Eu sou Xangô e Justiça é um de meus atributos.

Kaô Kabecile!

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Recado de Maria Mulambo

Por Cândida Camini 

Alupo, moço!

Alupo, moça!

Eu sou Maria Mulambo da Lixeira e, como o nome mesmo me apresenta, trabalho onde o lixo domina.

Minhas lixeiras estão espalhadas por aí, sempre prontas para receber o lixo que vocês acumulam em suas casas. E não tô aqui falando só das casas materiais, tô falando, principalmente, das suas casas internas.

É tanta mágoa, tanto ódio, tanta inveja, que já não dou conta de recolher tanto lixo.

Faz tanto tempo aquela traição, outras paixões já chegaram e você segue lembrando do fato, remoendo a mágoa.

Faz tanto tempo que mudou de emprego, por outro melhor, é importante lembrar, e você segue guardando rancor daquele superior que lhe demitiu (mesmo sabendo que foi melhor pra você).

Aquela (ex) amiga que lhe disse coisas que lhe feriram (e quanta verdade tinha naquelas palavras, não é mesmo?), nunca mais se falaram, mas você não esquece.

E seguem as lamentações.

Meu trabalho é recolher este lixo todo e, nas minhas lixeiras, transmutá-lo e devolver a você em forma de alegrias, saúde, felicidade, amor.

Mas pra isso eu preciso que você acredite no quanto isto lhe faz mal.

Então, ao entrar no Terreiro hoje, antes, deposite todo este lixo na lixeira que coloquei ao lado do portão. Não , você não vai vê-la, mas tenha certeza, ela está lá. Fazendo isso, você estará apto(a) a receber de volta, ao sair,  esta energia reciclada.

Mas lembre-se, não acumule tanto lixo. Comece com a sua casa material, esvaziando os armários, as gavetas, doando o que não usa mais. E siga não acumulando tantos sentimentos menores, que só fazem encher as minhas lixeiras.

É meu trabalho, não reclamo dele. O que me incomoda é você não fazer nada a respeito e voltar sempre do mesmo jeito, despejando seu lixo para que eu recolha. Afinal, não é este o meu trabalho?

Alupo!

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Quanta força tem um passe?

Por Sônia Corrêa 
Médium da Casa Pai Joaquim de Cambinda
Antes mesmo de entrar no tema que pretendo abordar – o passe – quero deixar claro aos leitores, especialmente aos consulentes, que é cada vez mais comum e natural a incorporação consciente, ou seja, mesmo o médium estando incorporado, ele não perde a consciência sobre o que está acontecendo ao seu redor.
 
O médium poderá estar consciente ou não, a depender da entidade que estiver incorporada, ou mesmo do caso que se apresentar diante dele. Quem define é a entidade se o médium estará consciente, ou não. Isso não é uma regra (até porque a espiritualidade se apresenta como deve se apresentar, para cada situação). 
Dito isso, é muito comum – por sermos humanos – que quando um médium trabalha no passe, ele (o médium) observe o comportamento do consulente. E não é raro que o consulente fique em frente a entidade insensível, alheio àquele momento tão especial de transmissão de energia. Será que o passe recebido com inércia terá efeito sobre o consulente? Sim, terá! Afinal, a entidade que transmite alento e boas vibrações é um ser de luz. Entretanto, somente absorvemos aquilo que estamos predispostos a receber. 
Então, porque não potencializar o efeito do passe? Quando chegamos numa casa religiosa, seja ela de qual for a religião, pressupõe-se que estamos em busca de conexão da nossa alma com o mundo espiritual. Então, ao chegarmos naquele ambiente, já devemos nos concentrar naquilo que viemos buscar, pois a espiritualidade age em todos os momentos em que nos vinculamos a eles. Sente, fique em silêncio, feche os olhos e se concentre com todas as suas forças naquilo que veio buscar. Faça uma prece, com suas próprias palavras, ou mesmo uma prece já conhecida. O mais importante é se conectar ao máximo com seus protetores, com seus anseios, com sua fé e na confiança que sairá dali, muito melhor do que chegou. 
Ao chegar em frente ao médium e a entidade que está incorporada, será o momento de congraçamento dessa conexão. O abraço da entidade, as palavras proferidas por ela (mesmo que não seja escutada), a fumaça, o álcool cruzado, as ervas passadas no seu corpo são o ápice das bendições que estarás recebendo. Receba esse amor com fé, receba essa benção com reciprocidade, receba o passe com emoção, afinal não é a qualquer momento que a gente pode estar tão interligada com um espírito que é só bondade e só te transmite benevolência. 
Se o passe para quem está inerte já produz benção, imagina a força que um passe ganha para quem está totalmente entregue e confiante na luz divina desse momento. Pense nisso na próxima vez que for tomar um passe!

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Quem não pode com mandinga, não carrega patuá

 Por Soninha Corrêa


Compreender o significado dessa frase, define muitas coisas sobre quem pratica religião de matriz africana, mas também define muitas coisas sobre quem é de verdade e quem é de mentira.
Hoje, no entanto, vou usá-la para definir o meu orgulho, honra e gratidão por ter me encontrado na Sagrada Umbanda há cerca de 12/13 anos.
Mais do que ter encontrado o fio de religação entre a espiritualidade e eu, encontrei aquilo que - na minha humilde opinião - é essencial em qualquer religião: um lugar que faça com que os humanos se tornem seres melhores.
Ou seja, a evolução entendida como um processo que somos capazes de trilhar e construir se houver disponibilidade, disciplina, vigilância, amor no coração e fé.
Desde que iniciei minha caminhada na Umbanda, posso afirmar sem qualquer risco de errar, que já evolui muito. Entretanto, estou longe - muito longe mesmo - de ser um espírito de patamar superior como, sim, eu almejo.
O primeiro passo para ser Umbandista (ou membro de qualquer outra religião de matriz africana) é ter coragem para enfrentar as adversidades que essa decisão traz consigo.
Assumir-se umbandista é um ato de desprendimento do convencional, de coragem e, acima de tudo, de certeza de que não se escolheu um atalho, mas um caminho difícil que terá como recompensa a chegada num lugar melhor.
A sociedade brasileira, assim como a sociedade mundial, conserva crenças limitantes, onde o sagrado só é sagrado e respeitado se estiver dentro da caixinha de uma organização social branca, racista, machista, homofóbica, católica e/ou evangélica.
Tudo o que estiver fora desse padrão é agredido, discriminado, criminalizado.
O grande problema é que muitas vezes os próprios umbandistas discriminam-se. Aceitam e reproduzem o preconceito e a intolerância religiosa, quando se escondem e escondem sua opção religiosa.
Aceitam as bobagens e infâmias que dizem sobre nossas entidades de luz. É o que popularmente se diz: quem cala, consente.
Quem nunca ouviu pessoas falando sobre religiosos da Umbanda, do Candomblé ou de Nação coisas como porquê eu fico doente, se sou médium. Porquê os religiosos não acertam na mega sena ou, por qualquer outra razão, não são ricos. Qual é o motivo de eu não ter um relacionamento de comercial de margarina.
Há também aqueles que pedem, em tom absolutamente debochado, mas também em tom de seriedade, para que eu utilize a mediunidade para resolver um ou outro problema, desejo ou demanda.
Pois então... vamos esclarecer de uma vez por todas: médium não é mágico. Terreiro não é ilha da fantasia.
Noutro dia li um texto que falava que as pessoas não vão para igreja (seja ela qual for) para pedir ao padre ou pastor um amor, ou um marido que já é casado com outra. Também não pede para destruir a vida de ninguém.
Se é verdade que as pessoas vão às igrejas movidas por sentimentos nobres, por qual motivo acham que ao chegar num terreiro podem exigir que os espíritos de luz lhes concedam as vontades?
Se tu frequentaste alguma casa que te disse que essa ou aquela entidade é obrigada a te atender em troca de algum pagamento, no mínimo, desconfie da seriedade do lugar.
Tu até poderás ser atendido, mas não esquece de um ditado que diz que não existe almoço de graça. Tudo o que vai, volta! É a Lei do Retorno.
Os terreiros de Umbanda sérios trabalham com entidades que praticam a caridade e difundem o amor. Se tu és umbandista e não tem plena consciência e confiança nisso, estás no lugar errado.
E se tens plena consciência e confiança, o que te faz se envergonhar de se assumir umbandista? Nada foge aos olhos de Deus. O que recebemos é fruto do nosso merecimento.
Se eu tenho clareza de que eu não sou médium e nem as entidades com as quais trabalho servem para arranjar marido, emprego, fortuna, ou fazer vinganças, mas ao contrário, para difundir o amor, a humildade e a caridade, o que me impede de me orgulhar de ser umbandista?
Fraqueza? Falta de coragem?
Vou repetir a minha opinião dita lá no começo: é preciso coragem para enfrentar os desafios de romper com o preconceito e assumir-se umbandista.
QUEM NÃO PODE COM A MANDINGA, NÃO CARREGA PATUÁ.
Não adianta ostentar 30 guias no pescoço, dizer que recebe todas as energias de todas as linhas, se não consegues assumir quem és.
Soninha

Estou na Umbanda porque lá estou buscando a minha evolução espiritual através da prática da caridade.
Sou umbandista porque estou me esforçando para me tornar alguém melhor e lá eu recebo esse aprendizado cotidiano.
Se quiseres ir ao terreiro em busca de alguma coisa, que seja o amor, a fraternidade e a caridade, vais encontrar de sobra.
É através disso que nos tornamos merecedores de todo o resto.


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

No balanço do mar

 Por: Marinheiro Alberto

Canalizado pelo Médium Matheus Niederauer

Até hoje fico pensando como eu, meus companheiros e meu capitão fomos desencarnar justo onde tirávamos o sustento para nossas famílias por muitos anos.
Era uma noite como esta, tranquila, mar calmo, parecia que seria uma excelente noite para trabalhar. Um carregamento de peixe seria entregue e voltaríamos para nossas casas e nossas famílias como muitas noites fizemos.
Estávamos rindo muito por que ganharíamos um bom pagamento e já planejávamos no que iríamos gastar.
Eu já planejava meu descanso, trabalhava muito e precisava dar mais atenção a minha familia. Queria que meus filhos seguissem os meus passos assim como eu segui os de meu pai.
Mesmo que tudo estivesse tranquilo naquela noite, algo me incomodava. Tive um engasgo repentino mas achava que era o Rum que eu degustava.
De repente o tempo virou, as ondas começaram a ficar altas e nosso capitão não conseguiu controlar o nosso barco. Ele diz hoje que tomou- se de uma fraqueza repentina nos braços. Como se fosse uma câimbra. O barco virou e eu tentei me salvar como pude até que fui golpeado na cabeça por uma parte do barco e desacordei.
Senti o meu corpo afundando e já não vi mais nada a minha frente. Sentia muita paz mesmo não mais enxergando nada. Quando despertei, nunca botei tanta água para fora. Minha roupa estava encharcada. Um rapaz de branco cuidou de mim. Perguntei sobre meus companheiros e ele só dizia que estavam todos bem. Demorei muito para aceitar a condição de desencarnado. Deixar minha família e mais do que isso deixar a minha vida no mar. Sinto falta do meu trabalho e o que me preenche hoje é proteger quem trabalha no mar. Pescadores, marinheiros e capitães do mar. Resgatar os desencarnados no mar. Já fui nestas casas de reza de vocês. Trabalhamos sempre em grupo.
Nosso trabalho é limpeza. Antes limpávamos era o convés, hoje limpamos vocês.
Quando posso, gosto muito de caminhar na beira na beira da praia a noite. Me faz bem, mesmo sendo um espírito.
Como pode me encontrar? É simples.
Ouça o som das ondas. Ao fundo, bem ao fundo você ouvirá o som de um apito.
É o sinal que estamos chegando pra trabalhar.
Salve a Marujada
Salve Mãe d'água.
Odoyá todo o Povo do Mar