Por Cândida Camini
Nestes cinco anos como uma das dirigentes da Casa Pai
Joaquim de Cambinda, tenho acompanhado o vai e vem de médiuns na Corrente
Mediúnica e confesso que já não me surpreendo mais, porque quando entra um
médium novo, deslumbrado com tudo, contando histórias mirabolantes de como aqui
chegou e rasgando elogios a tudo e todos, o primeiro pensamento que me vem é: “
Até quando?”
Os demais dirigentes de Terreiro sabem do que estou falando,
porque isso acontece em todos.
Aliás, isto acontece em muitas situações de nossas vidas.
Com um emprego novo, com um relacionamento novo, na família, enfim....
Não que eu esteja decepcionada, que não acredite em mais
ninguém, não , não é isto.
Eu apenas não me iludo mais. Sou mais realista.
Se você chega no Terreiro e sabe que foi intuído e guiado por
seus guias (muitas vezes até através da clarividência/clariaudiência), não pode
simplesmente ao primeiro contratempo, porque vão existir, e muitos, virar as
costas e sair sem uma conversa franca com o(s) dirigente(s).
A corrente mediúnica é composta por seres humanos
imperfeitos, que ali estão (ou deveriam estar) pra praticar a caridade,
aprender e evoluir. E disto não estão excluídos os dirigentes.
Como diz nosso amado Pai Joaquim de Cambinda, se quiséssemos
trabalhar somente com aqueles que realmente estão aqui prá fazer a caridade e
evoluir, ficaríamos com meia dúzia. Mas nosso maior desafio é justamente com os
demais.
Então, sempre que estiver insatisfeito com algo ou alguém,
procure um dos dirigentes, seja material ou espiritual, e converse com
sinceridade, da mesma forma que fez quando desejou entrar para a corrente.
Se ainda assim desejar se afastar, informe aqueles que lhe
receberam e conviveram com você durante o tempo que ali ficou.
Se o sentimento de insatisfação é baseado na vontade de
seguir em frente, de buscar novos caminhos e você busca a orientação dos
dirigentes, você está sendo guiado por seus protetores.
Mas se você sente raiva, revolta e inconformação, e
simplesmente vai embora, falando mal de tudo e de todos, pode ter certeza que é
o seu ego que está lhe guiando.
Eu não vejo nem converso com os espíritos. Minha mediunidade
é muito baseada na intuição e nestes treze anos que trabalho com Pai Joaquim
posso afirmar com absoluta certeza que trabalhamos para o bem, e ponto.
Se você acredita, ótimo. Do contrário, respeite o Terreiro que
lhe acolheu e siga seu caminho.